Shopping diz que vídeo foi entregue a policiais

A direção do shopping Pátio Higienópolis disse ontem que o vídeo com imagens do encontro entre o secretário da Segurança, Antonio Ferreira Pinto, e o repórter da "Folha de S.Paulo" Mario Cesar Carvalho foi entregue a "policiais". As imagens foram divulgadas em sites e blogs, um deles ligado a policiais civis, que relacionaram o encontro à reportagem escrita por Carvalho sobre a venda de dados sigilosos por um funcionário da Segurança, Túlio Kahn, que acabou demitido.

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Anteontem, o Pátio Higienópolis havia dito ter entregue o vídeo a "órgãos oficiais", sem especificar quais.

A direção do shopping passou a dizer que entregou o material a "policiais" após Geraldo Alckmin (PSDB) declarar ontem que ninguém do governo pediu o vídeo.

"Ninguém do governo, autorizado pelo governo, solicitou fita para ninguém. O shopping precisa explicar melhor isso. Se alguém usou o nome do governo, o shopping não deveria ter fornecido [a fita]", disse Alckmin. O governador não disse se tomará medidas para investigar o vazamento do vídeo. O shopping não disse quem são os "policiais" que pediram o vídeo.

A Secretaria da Segurança afirma ver "forte indício de que grupos criminosos as utilizaram para espionar o primeiro escalão do Estado e o trabalho da imprensa".

A pasta ressaltou que, "desde a recondução do secretário Ferreira Pinto ao cargo de secretário da Segurança, o inconformismo de uma pequena parcela de policiais prejudicados com a austeridade da política atual de segurança se intensificou". O secretário é remanescente do governo do tucano José Serra.

Para a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), falta uma lei que discipline o uso das imagens de circuitos de segurança. O advogado Augusto Marcacini diz que é preciso estabelecer a exigência de autorização judicial para liberação de imagens.

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