Polícia

04/03/2011

Polícia faz megaoperação para localizar fuzil

Folha de S.Paulo

Um helicóptero, 40 carros, 180 homens da PM e mais de cinco horas de buscas no bairro Helena Maria, um dos mais violentos de Osasco (Grande SP). A polícia realizou na madrugada de ontem uma megaoperação à procura de uma arma apenas: um fuzil calibre.223 usado na morte de quatro PMs e dois policiais civis.

O fuzil é uma das principais armas usadas por um grupo de extermínio formado por dez ex-PMs e civis. De acordo com as investigações, os criminosos cobravam de R$ 30 mil a R$ 50 mil por trabalho.

Durante a operação, 12 pessoas foram presas (duas eram foragidas) sob a acusação de tráfico de drogas e porte ilegal de armas --seis foram apreendidas. Mas o fuzil não foi localizado.

A localização da arma foi indicada por um informante a promotores do Gaeco (grupo de combate ao crime organizado). Esse mesmo informante disse ao promotor Marcelo Alexandre Oliveira que o fuzil foi usado em mais dois crimes: um sargento da PM e um tenente da PM, em 2009.

O Ministério Público pediu anteontem à Justiça a decretação da prisão preventiva do ex-PM Luiz Roberto Martins Gavião, suspeito de chefiar o grupo de extermínio. Gavião, segundo os promotores, fugiu ao passar a ser investigado por chefiar o grupo, em 2010.

A prisão foi pedida porque o Gaeco disse que ligações telefônicas comprovaram a participação dele na morte do policial civil Douglas Noaldo Yamashita, em Santo André (ABC), em abril de 2010.

Apontado pelo Gaeco como executor do grupo, o também ex-PM Jairo Ramos dos Santos confessou a morte de Yamashita dias após o crime, ao ser preso. À polícia, Santos confessou a morte de oito pessoas --três policiais civis e até empresários. Ao investigar esses homicídios, o Gaeco descobriu que seis das oito mortes dos quais o grupo é suspeito foram cometidos pelo fuzil.223 que não foi achado.

Vahan Kechichian Neto, advogado de Santos, diz que só fala sobre as acusações contra ele à Justiça. Os dois policiais civis mortos, além de Yamashita, ajudavam a investigar o roubo de 119 armas de um centro de treinamento de tiros particular em Ribeirão Pires (Grande SP), em 2009.

Gavião foi sócio em uma empresa de segurança do ex-delegado Paulo Sérgio Óppido Fleury, demitido da polícia em 2010 por irregularidades administrativas. Fleury, de acordo com o promotor Oliveira, é investigado sob a suspeita de agenciar os crimes do grupo de matadores. Fleury nega participação nas mortes.

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