Bando desvia remédios de alto custo da rede pública

Medicamentos de alto custo, comprados com recursos públicos para tratar pessoas pobres com câncer, foram apreendidos ontem numa clínica privada de São Paulo e numa distribuidora do Rio. Três pessoas foram presas. De acordo com o governo paulista, a operação visa combater um grande esquema de furtos e roubos de remédios de alto custo, cuja dose pode chegar R$ 6.000.

Estima-se que os medicamentos apreendidos ontem valham cerca de R$ 160 mil. Também foram apreendidos outros tipos de remédios, de baixo custo, numa distribuidora paulista. Foi essa distribuidora que, diz a polícia, vendeu os remédios de alto custo apreendidos numa clínica de Osasco, avaliados em R$ 34 mil. Eles pertencem ao Estado.

Desde 2009, segundo a polícia, cerca de R$ 10 milhões em medicamentos foram levados por criminosos --por roubo ou por desvio de funcionários dos hospitais. Em 2010, conforme o governo, foram gastos R$ 4,6 milhões mensais na aquisição desses remédios de alto custo para atendimento de cerca de mil pacientes. Há a suspeita de participação de servidores.

Por isso, a investigação foi iniciada e conduzida pela Corregedoria-Geral da Administração do Estado. Das prisões de ontem, nenhuma envolveu servidores. A operação também ocorreu no Rio porque suspeita-se que parte dos medicamentos desviados em SP seja comercializada no Estado.