Polícia apura se esquadrão da morte na PM também fez extorsões
Folha de S. Paulo
Os 15 PMs acusados de integrar um grupo de extermínio que seria responsável por 12 assassinatos em 2008, na Grande São Paulo, também são investigados sob a suspeita de utilizar informações do serviço de inteligência do batalhão onde trabalham para extorquir dinheiro de supostos criminosos.
Todo batalhão da PM tem o chamado P2, o serviço de inteligência que levanta informações para, depois, serem usadas em ações contra o crime. Uma das testemunhas ouvidas -cuja identidade é preservada- confirmou que os sargentos Jorge Kazuo Takiguti e Rogisnaldo Cegatte, dois dos acusados de integrar o grupo de extermínio denominado "Highlanders", usavam os dados para identificar os criminosos e, posteriormente, cobrar propina para não prendê-los.
A polícia suspeita que, dos 12 assassinatos atribuídos aos "Highlanders" (o apelido é porque cinco das vítimas foram decapitadas), ao menos sete ocorreram porque as vítimas se recusaram a pagar propina.
Ontem, o delegado Pedro Arnaldo Buk Forli, da Delegacia Seccional de Taboão da Serra (Grande SP), entregou à Promotoria do Júri de Itapecerica da Serra o inquérito sobre a decapitação do deficiente mental Antonio Carlos Silva Alves, 31 anos, o Carlinhos. Nove PMs foram acusados pelo crime, e a prisão preventiva deles foi pedida.
A reportagem não tem acesso aos PMs Takiguti e Cegatte, presos no presídio militar Romão Gomes. Os advogados dos PMs não foram localizados ontem. Segundo o major Robson Grilenzoni, subcomandante interino do 37º Batalhão, policiais do serviço de inteligência da unidade foram trocados mês passado. O secretário da Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, não se manifestou.
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