Bolsas de todo mundo registram fortes quedas

NOVA YORK -- Os investidores de todo o mundo saíram ontem dos negócios das Bolsas e preferiram apostar na segurança dos títulos do Tesouro americano. Com a procura maior, o rendimento desses papéis caiu para o menor nível desde janeiro de 2009. E a fuga de capital das Bolsas derrubou índices em vários países do mundo. Os Estados Unidos tiveram na sexta-feira sua nota de crédito rebaixada pela agência Standard & Poor.

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A Bovespa despencou 8,08%, registrando o pior desempenho mundial, atrás apenas da Bolsa de Buenos Aires, que caiu 10,73%. O dólar foi a R$ 1,61 ontem.

O índice Dow Jones (Nova York) caiu 5,6%, a sexta maior queda em pontos na história do indicador e a mais expressiva desde dezembro de 2008. Nas últimas duas semanas, o Dow Jones recuou 15% e acumula queda de 7% no ano. E as ações de bancos estão entre as que mais perderam: as do Bank of America recuaram 20% e as do Citibank, 16%.

Os investidores estão preocupados com a situação da economia global, já que os EUA dão claros sinais de fraqueza e a Europa parece não conseguir uma solução para a crise da dívida. Nos dois lados do Atlântico, há risco de uma volta da recessão.

Nesse cenário de perdas, os papéis do governo americano apesar de agora serem AA+, e não AAA, segundo a S&P continuaram a ser o destino favorito dos investidores.

Na Europa, o BCE (Banco Central Europeu) iniciou uma operação para valorizar os títulos dos governos da Espanha e da Itália, mas a medida não conteve as perdas. A Bolsa de Frankfurt caiu 5%; a de Paris, 4,7%; a de Londres registrou queda de 3,4%.

Obama

O presidente dos EUA, Barack Obama, criticou ontem a decisão inédita da agência Standard and Poor's de rebaixar a nota da dívida americana de AAA para AA+.

"Não importa o que uma agência pode dizer, nós sempre fomos e sempre seremos uma nação AAA. Apesar de todas as crises por que passamos, temos as melhores universidades, as melhores empresas e os mais inventivos empreendedores", afirmou ontem o presidente.

Barack Obama disse ainda que os Estados Unidos continuam seguros para todos os investidores. Ele aproveitou para criticar a oposição republicana por adiar decisões cruciais, como a do aumento do endividamento por questões política.

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