Líbia registra 50 mortos em protestos

A Líbia chegou ontem ao terceiro dia de confrontos entre opositores e partidários do governo. Militares foram mandados à segunda maior cidade do país, Benghazi (1.000 km da capital, Trípoli), para controlar os protestos. Segundo a rede de TV Al Jazeera, há relatos de que os mortos chegam a 50 pessoas em três dias.

A organização Human Rights Watch estima que ao menos 24 pessoas tenham morrido no país entre a última quarta e anteontem, quando opositores do regime promoveram um "dia de fúria" em várias cidades do país contra o ditador Muammar Gaddafi, há 41 anos no poder.

O jornal "Quryna", de propriedade de Saif al Islam, um dos filhos de Gaddafi, admitiu ontem que as forças de segurança usaram munição real contra os manifestantes em Benghazi e que 14 morreram.

Testemunhas disseram que ontem, após o funeral de vítimas dos confrontos, houve novos choques em Benghazi. A imprensa internacional tem sido impedida pelo governo de trabalhar, o que dificulta a verificação da escalada de violência no país.

Trípoli permaneceu em clima de tranquilidade, pois apenas partidários do regime organizam manifestações. Gaddafi esteve na manhã de ontem na praça Verde, centro das manifestações governistas, cercado por seguranças, mas não discursou.

Mais protestos

No emirado do Bahrein, no golfo Pérsico, o Exército abriu fogo contra manifestantes na praça da Pérola, centro da capital, Manama, deixando ao menos 60 feridos. Os protestos são comandados pela maioria xiita, alinhada com o Irã, o que levou preocupação aos EUA, que baseiam ali sua frota para a região.

A desestabilização do Bahrein também leva ao temor de que a turbulência atinja a vizinha Arábia Saudita, segundo produtor mundial de petróleo.

No Iêmen também ocorreram confrontos, que deixaram três mortos, um deles numa explosão de granada. Ainda ocorreram atos na Jordânia e no Djibuti, um pequeno membro da Liga Árabe na costa africana.

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