Protestos contra ditaduras chegam à Líbia

A onda de protestos que assola países árabes e do Oriente Médio há dois meses chegou ontem pela primeira vez à Líbia, onde confrontos entre opositores antirregime e forças de segurança deixaram ao menos 38 feridos.

O país governado desde 1969 por Muammar Gaddafi era um dos poucos até agora imunes às revoltas que depuseram os ditadores da Tunísia e do Egito.

As manifestações começaram em Benghazi --a cerca de 1.000 km da capital Trípoli-- com tradição de oposição ao governo. Em pouco tempo, os protestos se espalharam para outras cidades, como Trípoli e Zentan. Vídeo postado na internet mostrava manifestantes dizendo: "Muammar é inimigo de Alá".

Os protestos foram contidos em poucas horas, mas seus organizadores convocaram para hoje um "dia de fúria" contra o governo líbio.

Mais manifestações

Manifestantes favoráveis e contrários ao governo do Irã voltaram a se enfrentar no funeral de um dos dois mortos nos protestos da última segunda-feira no país.

O Bahrein enfrentou ontem o terceiro dia consecutivo de manifestações antigoverno, que já deixaram dois mortos. No Iêmen, duas pessoas morreram em Aden.

Também foram registradas manifestações na Argélia e no Iraque.

O Ministério da Saúde do Egito informou ontem que 365 pessoas foram mortas durante os 18 dias de protestos no país, que resultaram na renúncia do ditador Hosni Mubarak.