Esporte aponta desvio de R$ 17 milhões em relatório

Brasília - Relatório apresentado pelo Ministério do Esporte em julho aponta desvios de R$ 17 milhões em convênios feitos pela pasta com organizações não governamentais sediadas em Brasília e nos arredores.

Encaminhado em resposta a um pedido de informações de um deputado do Distrito Federal, o documento descreve 15 projetos em que os recursos repassados pelo governo teriam sido mal usados ou desviados de sua finalidade. Embora em todos esses casos as irregularidades tenham sido detectadas pelo próprio governo, o relatório mostra que o ministério demora para agir.

Os problemas apontados pelo ministério são os mesmos já detectados por órgãos de fiscalização: entidades que não prestam contas, notas fiscais frias e menos alunos atendidos do que o previsto nos contratos.

O Segundo Tempo é o principal programa do Ministério do Esporte feito por meio de convênios com ONGs, prefeituras e Estados. O dinheiro é repassado com o objetivo de incentivar atividades esportivas às crianças e aos jovens carentes fora do horário normal de aulas.

Cofre do partido

O programa está no meio de uma série de denúncias de desvios de dinheiro para os cofres do PC do B, partido que comanda a pasta desde 2003. Primeiro com Agnelo Queiroz, hoje governador do DF pelo PT, e depois por Orlando Silva.

O levantamento oficial foi entregue em julho após um requerimento do deputado federal Izalci Lucas (PR-DF), aliado do ex-governador Joaquim Roriz, adversário político de Agnelo.

Agenda positiva

Enquanto a oposição promete manter em alta a temperatura política em torno do ministro Orlando Silva, ele tentará desmontar o "gabinete de crise" e dar início a uma agenda positiva. O primeiro passo nesse sentido será dado amanhã, quando ele pretende ir à Câmara para tratar da Lei Geral da Copa, proposta que tramita em comissão especial.

As últimas duas vezes em que esteve no Congresso foi para dar explicações sobre supostas irregularidades.

O ministro ganhou fôlego na última sexta quando, depois de uma conversa com a presidente Dilma Rousseff, permaneceu no cargo.

Mas sua sobrevida dependerá da temperatura política, que pode aumentar caso surjam novas denúncias.

Resposta

O Ministério do Esporte afirma que trabalha para recuperar o dinheiro desviado do Segundo Tempo e que não tiveram repasses ou renovações nos convênios, após os problemas detectados. Segundo a pasta, parte dos convênios já está com tomada de contas instaurada.

Ou seja, uma auditoria é feita para calcular o prejuízo e apontar as falhas.

Em outros casos, os convênios ainda estão em fase de análise interna.

A pasta diz ainda que as irregularidades foram detectadas pela própria pasta, que atuou em parceira com os órgãos de controle.

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