Dilma escolhe advogada de campanha para vaga no TSE

A presidente Dilma Rousseff quebrou uma tradição ao nomear Luciana Guimarães Lóssio, 36 anos, advogada de sua campanha em 2010, para a vaga de ministra substituta do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Isso porque Dilma escolheu apenas o terceiro nome indicado para o cargo, passando por cima da escolha do TSE e do STF (Supremo Tribunal Federal).

O processo de escolha começou com o encaminhamento de três nomes pelo presidente do TSE, Ricardo Lewandowski, ao STF.

A mesma lista foi então encaminhada pelo STF, a partir de uma votação dos ministros da corte, a Dilma, a quem cabe a escolha final.

Quem encabeçava a lista era Joelson Dias, ministro substituto nomeado em 2008 e que poderia ter novo mandato de dois anos.

O segundo colocado era o advogado Evandro Pertence, filho do presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência, Sepúlveda Pertence. Luciana Lóssio era a terceira colocada na lista.

Joelson Dias disse que "respeita e reconhece a legalidade" da decisão, mas afirmou que esperava a recondução.

A reportagem apurou que pesou na escolha o fato de Lóssio vir a ser a primeira mulher nomeada para o TSE. As vagas da advocacia (duas substitutas e duas efetivas) são as únicas do TSE escolhidas pela Presidência.

A assessoria de imprensa do Palácio do Planalto informou que a lei permite à presidente escolher qualquer nome da lista tríplice, não havendo "qualquer restrição legal" pelas escolhas anteriores do TSE e do STF, e que a escolha de Luciana representa o juízo "de que ela preenche todas as condições para desempenhar as funções".

Dilma disse ontem em Porto Alegre que apoia "algumas palavras" dos movimentos de protesto contra a crise financeira internacional que se espalharam pelos EUA e Europa. "Eu peguei uma frase que diz assim: 'Não, nós não vamos pagar pela sua crise'. Nós podemos dizer isso."