Operação prende 14 acusados de integrar milícia

RIO -- Catorze pessoas, entre elas um delegado aposentado da Polícia Federal, foram presas ontem acusadas de participar de uma milícia que atua na região da Taquara, em Jacarepaguá, zona oeste do Rio, há cerca de 13 anos.

A operação para prender os milicianos, chamada Tríade, tinha 16 mandados de prisão e 35 de busca e apreensão para cumprir.

O delegado Alexandre Capote, titular da Draco/IE (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais) afirmou que eles "chegavam a movimentar R$ 200 mil por mês".

Para chegar a esse valor, estavam entre as práticas criminosas da milícia a cobrança de taxas e serviços clandestinos, como segurança, conservação de ruas, sinal de internet e TV a cabo, venda clandestina de butijão de gás e exploração de jogos de azar.

"A quadrilha também estava estruturada para operar e ter lucros pela exploração de mototáxi e vans de transporte alternativo da região", afirmou Fábio Galvão, subsecretário de Inteligência da Secretaria de Segurança do Rio.

Delegado aposentado

O delegado federal aposentado Luiz Carlos da Silva foi preso em seu sítio, no mesmo bairro. O lugar funcionaria como uma espécie de "sede" da organização. De acordo com policiais, era lá que o grupo de milicianos se reunia para combinar suas ações.

Também foram presos um integrante da Guarda Municipal, um militar da Aeronáutica e dois advogados. Um segundo membro da Aeronáutica está foragido.

De acordo com a polícia, os criminosos atuavam desde 1998 em diversas localidades do bairro. O grupo também é suspeito de envolvimento em homicídios e na ocultação de cadáveres.

As investigações da polícia duraram seis meses e muitos acontecimentos chamaram a atenção das autoridades. Membros da Subprefeitura de Jacarepaguá foram intimidados quando foram vistoriar uma denúncia de crime ambiental na região da Taquara e a milícia solicitou um toque de recolher.