Tiro que matou o garoto Juan veio de policiais, diz delegado

RIO -- O menino Juan Moraes, 11 anos, foi morto com um tiro no pescoço disparado por policiais militares. A afirmação foi feita ontem pelo delegado Ricardo Barbosa, titular da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense, no Rio, e responsável pelas investigações do caso.

Segundo ele, a perícia constatou que não houve troca de tiros entre PMs e suspeitos, como afirmaram os policiais envolvidos no caso. Assim, todas as balas disparadas vieram de armas dos policiais. O inquérito, no entanto, ainda não foi concluído.

"Testemunhas e perícia não indicam a ocorrência de confrontos. A conclusão que nós temos é que ele foi baleado por disparos de PMs", afirmou o delegado.

Na terça-feira à noite, o Ministério Público estadual pediu à Justiça a prisão temporária, por 30 dias, dos quatro PMs suspeitos de envolvimento na morte de Juan. Segundo o delegado Barbosa, o pedido foi feito porque testemunhas disseram temer represálias dos suspeitos.

Até a conclusão desta edição, a Justiça ainda não havia se pronunciado sobre o pedido do Ministério Público.

Foi pedida a prisão dos cabos Edilberto Barros do Nascimento e Rubens da Silva e dos sargentos Isaías Souza do Carmo e Ubirani Soares. Os quatro foram indiciados por duplo homicídio qualificado e pela ocultação do corpo de Juan.

Igor de Souza, 17 anos, apontado pelos policiais como traficante, também foi morto na ação que matou Juan. Com ele teria sido apreendida uma arma. Outras duas pessoas, entre elas um irmão de Juan, de 14 anos, ficaram feridas.

Resposta

A reportagem tentou contato com os advogados dos policiais militares, mas eles não foram localizados.

Leia mais

• Cápsulas em favela são da PM
• PMs entram em contradição sobre a morte do menino Juan
• Corpo do garoto Juan é enterrado no Rio
• Polícia confirma que corpo achado no Rio é o do menino Juan