Novo ministro elevou gastos extras em 154%

BRASÍLIA -- O novo ministro dos Transportes, Paulo Passos (PR), aumentou, em sua passagem anterior pelo cargo, o volume de contratos do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) que tiveram o valor ampliado.

• Passos defende contratos

Levantamento do jornal "Folha de S.Paulo" mostra que o número de contratos dos aditivos --termos que elevam o valor de obras e serviços em andamento-- mais do que dobrou entre julho e dezembro de 2010 na comparação com o mesmo período de 2009.

Passos chefiou o ministério no segundo semestre de 2010, quando o ex-ministro Alfredo Nascimento disputava a reeleição no Senado pelo PR-AM.

Nos últimos seis meses de 2009, o Dnit assinou 53 termos aditivos, que ampliaram o valor de seus contratos em R$ 309 milhões. Sob Passos, no mesmo período de 2010, os aditivos saltaram para 113, e a quantia extra liberada cresceu 154%, chegando a R$ 787 milhões.

No primeiro semestre deste ano, o volume de contratos turbinados voltou a cair: os aditivos recuaram para 53, no valor de R$ 353 milhões.

Em 2011, quando Nascimento voltou ao posto, o ritmo da liberação de verbas caiu para o patamar original.

Em todos os casos, os recursos extras foram repassados a empreiteiras e consultorias que executam projetos do Dnit em rodovias federais.

A assessoria de Passos afirma que a ampliação maior de contratos em 2009, sob sua gestão, acompanhou o aumento dos investimentos da pasta.

Afastamento

O suposto descontrole dos contratos foi um dos motivos usados pela presidente Dilma Rousseff nas últimas semanas para afastar o ex-ministro Nascimento e outros quatro dirigentes dos Transportes.

Apesar de não ser diretamente responsável pela assinatura dos aditivos, o ministro tem o poder para monitorar e cobrar providências do Dnit.

O petista Hideraldo Caron, diretor de Infraestrutura Rodoviária e poupado até aqui da reformulação na pasta, é quem controla a assinatura de aditivos no Dnit.

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