Ação de sargento evita a morte de dezenas

RIO - Triste, mas com a certeza do dever cumprido por ter evitado que a tragédia fosse ainda maior. Assim se sentia o terceiro sargento da PM, Márcio Alexandre Alves, 38 anos, que baleou o atirador Wellington de Oliveira, na escada de acesso ao segundo andar da escola Tasso de Oliveira, quando ele ainda carregava cerca de 20 balas no cinto.

Alves deixou o local no início da tarde de ontem com status de herói. Era aplaudido e cumprimentado por parentes de alunos e curiosos.

O policial militar dava apoio a uma fiscalização do Detro (Departamento de Transportes Rodoviários) na rua Piraquara, perto da instituição, quando uma criança baleada se aproximou e avisou que havia um homem atirando dentro da escola. Os PMs do Batalhão de Polícia Rodoviária foram imediatamente para o local.

Junto com outros dois policiais, Alves correu para a escola. Ao chegar ao corredor do primeiro andar, deparou-se com Wellington na escada indo em direção ao segundo andar. Com um tiro no abdômen do atirador, interrompeu os ataques às crianças.

"Cheguei e já estava ocorrendo os tiros. No segundo andar, encontrei o meliante saindo de uma sala. Ele apontou a arma na minha direção, foi baleado, caiu na escada e cometeu o suicídio", disse o terceiro sargento, que está na PM há 18 anos.

Alves foi chamado de herói pelo governador Sérgio Cabral, mas lamentou não ter podido evitar o massacre. "O sentimento é de tristeza pelas crianças. Eu tenho filho nessa idade. Mas também é sentimento de dever cumprido, impedi que ele chegasse ao terceiro andar e fizesse mais vítimas. Se tivesse chegado cinco minutos antes, poderia ter impedido mais alguma coisa", disse Alves. "Depois de tudo, teve uma criança que me agradeceu muito. Ela me abraçou e me deu um beijo."

O prefeito Eduardo Paes (PMDB) também agradeceu a atuação policial. "A gente está diante de uma tragédia que podia ser muito pior se não fosse a ação de um PM, um herói que atingiu esse criminoso e conseguiu impedir que ele continuasse esse massacre aqui. Quero agradecer às forças policiais."

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