Brasil está pessimista com a visita de Obama

BRASÍLIA - O Palácio do Planalto começa a revelar pessimismo em relação à visita de Barack Obama, neste fim de semana, e reclama da resistência dos Estados Unidos em discutir temas de interesse do Brasil, apesar do discurso corrente de implantar um novo capítulo nas relações entre os dois países.

Segundo a reportagem apurou, a declaração de um funcionário da Casa Branca, publicada na edição de ontem da "Folha de S.Paulo", ajudou a "azedar" o clima pré-visita. Mike Froman, vice-conselheiro de segurança nacional de Obama, afirmou que a "viagem é a respeito da recuperação econômica e de exportações americanas".

O desânimo foi reforçado pela informação de que o americano não iria a um jantar que Dilma havia sugerido no Palácio da Alvorada.

A equipe que negocia os termos do encontro oficial comunicou que Obama gostaria de deixar Brasília rumo ao Rio no fim da tarde de sábado, não por volta das 20 horas, como inicialmente pensado. Até segunda ordem, o evento se transformou em um rápido encontro de despedida.

Representantes da diplomacia brasileira, porém, acreditam em um outro tipo de visão. Consideram que a chegada do presidente da mais importante economia do planeta em menos de três meses do governo de Dilma já é, por si só, um "êxito".

Dilma, embora reconheça o simbolismo da visita, tem dito a assessores que desejava ver do parceiro sinalizações mais concretas de aproximação. Na pauta de seus sonhos, o apoio à campanha brasileira por um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU.

À medida que as negociações avançavam, multiplicavam-se as críticas no Planalto. Um interlocutor do governo argumenta que os Estados Unidos tentam vender seus caças F18, mas dizem não aos aviões da Embraer. Também afirma que os americanos desejam entrar na indústria do pré-sal e cooperar na área energética, mas não discutem as tarifas à importação do etanol brasileiro.

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