Sem tiros, polícia ocupa nove favelas no Rio

Sem troca de tiros e com poucas prisões e apreensões, as forças de segurança ocuparam ontem as favelas de Santa Teresa e do Complexo São Carlos, no centro do Rio. Foram nove favelas ocupadas. O objetivo é instalar, neste semestre, três UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora).

O aviso-prévio dado 11 dias antes pelo governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) e o uso de dez blindados da Marinha fizeram com que o único desafio dos 846 homens fosse subir as ladeiras das favelas. Além de militares e civis, policiais federais, rodoviários federais e fuzileiros navais participaram das ações.

Às 4h, eles se reuniram no Batalhão de Choque, no Estácio. Às 6h, deram início às incursões. Cerca de duas horas depois, a conclusão da operação era comemorada com sinalizadores de fumaça azul nas favelas ocupadas.

Apesar das ameaças, muitos traficantes fugiram. Na favela São Carlos, onde o Bope (Batalhão de Operações Especiais) instalou uma base provisória, foi achado um cofre aberto em uma das casas.

Criminosos também abandonaram casas luxuosas onde viviam. A polícia localizou no morro, entre casas humildes, uma residência de dois andares, com ar-condicionado, ao menos quatro quartos e piscina na cobertura. O morador disse que alugou a casa há uma semana por R$ 600. Ele, que não quis se identificar, negou ligação com tráfico.

Segundo a Polícia Civil, até a conclusão desta edição, três pessoas tinham sido presas e foram apreendidos nove tabletes de cocaína e quantidade indeterminada de haxixe. Também foram recuperados carros e motos roubados.