Dilma congela nomeações até votar o mínimo

A presidente Dilma Rousseff (PT) deverá adiar as nomeações do segundo escalão até que o valor do salário mínimo seja votado. A estratégia é a mesma utilizada pelo Planalto para assegurar tranquilidade na votação da presidência da Câmara e deverá foçar o Congresso a aprovar um valor compatível com a meta do governo para o ano de 2011.

A definição do mínimo será o principal teste da fidelidade da base aliada que a presidente Dilma enfrentará. Enquanto as centrais sindicais exigem R$ 580, Dilma insiste no valor de R$ 545.

O governo, entretanto, conhece a tradição dos parlamentares de sempre adicionarem um percentual ao valor sugerido pelo Executivo. A União aceita discutir com o Congresso um reajuste para R$ 550. Anteontem, reunião do governo com as centrais não resultou em acordo.

Sindicalistas ameaçaram radicalizar a negociação e, com isso, o problema deve se transferir para o Congresso.

Além do empenho dos ministros da articulação política, Dilma tem alertado aliados sobre a responsabilidade de barrar um valor que desequilibre as contas públicas.

Nos últimos dias, a presidente se reuniu com líderes do PMDB para discutir as nomeações do segundo escalão para o setor elétrico.

Dilma escolheu o ex-dirigente da Cemig, José da Costa Carvalho Neto, para presidir a Eletrobras. Na Eletronorte, apesar de o PT tentar a nomeação do irmão do ministro Antonio Palocci (Casa Civil), que é diretor da estatal, José Antônio Muniz, da Eletrobras, é o nome mais forte. (FSP)