Resgate só chega de helicóptero no Rio

NOVA FRIBURGO - Para facilitar o resgate em locais isolados dos sobreviventes dos deslizamentos de terra e enchentes que atingiram o Rio, o espaço aéreo da região serrana foi fechado ontem pelo ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, general José Elito Siqueira. Ele esteve na região, que acumulava até ontem 633 mortos. Do campo de treino da Granja Comary, base da seleção brasileira de futebol, partem 12 helicópteros de missões humanitárias.

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A bairros como Santa Rita, em Teresópolis, só se chega por ar. Com a instabilidade meteorológica, a falta de visibilidade impede decolagens.

"Temos de separar a emoção da razão para não corrermos risco", diz o capitão do Exército e piloto Leandro Assumpção. Até ontem o Exército já havia retirado 134 famílias de áreas isoladas.
A reportagem acompanhou o resgate de um homem com o fêmur quebrado, outro com uma fratura no pé e um doente mental e a entrega de mantimentos a um grupo. É a primeira vez que os 40 desabrigados desde a noite de terça passada veem ajuda.

Alguns imploram para serem retirados dali, mas como a casa em que estão não corre risco de desabar e os abrigos estão lotados, ficam por lá. Sem água, telefone, gás e energia elétrica, passam a noite no escuro. "Conseguimos comida, mas não temos como cozinhar. Não tem gás, e a madeira está molhada. Bebemos água da chuva", diz a doméstica Micelene Lima.

Solidariedade

A solidariedade vem de todos os lados. Milionários da região emprestaram seus helicópteros para as operações.

Enquanto os soldados entregam os mantimentos, um grupo de montanhistas voluntários que caminhava havia oito horas chega com abastecimento. E pega carona de volta no helicóptero.

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