Ministro quer recurso fixo para área da saúde

BRASÍLIA - O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, defendeu, em entrevista à reportagem, uma fonte de financiamento estável para a área. "Sou daqueles que acreditam que é possível fazer mais com o que temos. Combinado com isso, não tenho dúvida de que o país, governadores, prefeitos, Ministério da Saúde, Congresso, vão sim ter de discutir uma forma de financiamento estável", afirmou Padilha.

Ele defendeu a aprovação da regulamentação da emenda constitucional nº 29, que, segundo ele, "diz claramente quanto União, Estados e municípios têm de investir em saúde e o que caracteriza investimento na área".

Padilha disse que o Brasil, na comparação com outros países, investe pouco, em valores per capita (por habitante), em saúde. Para mudar o quadro, defendeu "um mecanismo que garanta financiamento estável para a saúde". Ele não citou a volta da CPMF (o imposto do cheque). "A fonte dos recursos é um debate para o Congresso, governadores, prefeitos", disse.

A saúde, durante o governo Luiz Inácio Lula da Silva (no qual Padilha foi ministro da Secretaria de Relações Institucionais), foi a mais criticada por falta de avanços. Padilha, porém, afirma que o governo passado teve "uma série de avanços" na área. "Um grande exemplo foi o Samu, que fez com que, em oito anos, se universalizasse o serviço de urgência e emergência."

Ele afirmou que a "obsessão única" de seu ministério será unir ações para o acesso ao serviço de saúde. "A grande crítica da população não é sobre o atendimento que recebeu, mas sobre a demora."

Padilha disse, ainda, que a presidente Dilma Rousseff elencou quatro compromissos durante a campanha, que deverão estar entre as principais ações da Saúde nos próximos anos: implantação da rede cegonha, para acompanhamento da gestante; instalação de 500 UPAs (unidades de pronto-atendimento); criação de um programa de enfrentamento, prevenção, tratamento e reinserção social dos usuários de crack; e ampliação dos medicamentos gratuitos. "E eu colocaria, também, a melhoria da gestão na saúde," disse.