Ao STF, pastor reafirma que africanos são amaldiçoados

Brasília - Em defesa protocolada no Supremo Tribunal Federal, o pastor e deputado Marco Feliciano (PSC-SP) reafirmou que recai sobre os africanos uma maldição divina.

O presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara é investigado no STF por preconceito e discriminação por declarações no microblog Twitter.

Em março de 2011, ele escreveu que "a podridão dos sentimentos dos homoafetivos leva ao ódio, ao crime, à rejeição".

Na época, ainda postou que africanos são amaldiçoados pelo personagem bíblico Noé.

"Isso é fato. O motivo da maldição é polêmica." O post foi apagado.

As declarações provocaram protestos e reação da Procuradoria-Geral da República, que o denunciou ao STF.

Ele é acusado de induzir ou incitar discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, sujeito a reclusão de um a três anos e multa. Não existe tipificação penal para homofobia.

Resposta

Brasília - Em sua defesa no STF, o pastor Marco Feliciano afirma que não é homofóbico e racista, apesar de reafirmar uma passagem da Bíblia que fala da suposta maldição.

Em recente declaração sobre o assunto, Feliciano disse que sua família tinha matriz africana e que, por isso, ele não era racista.

Pressionado pelo presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), Feliciano recuou e cancelou a viagem que faria à Bolívia na semana que vem.

A viagem serviria para avaliar a situação dos 12 corintianos que estão presos no país vizinho desde fevereiro, após um jovem morrer durante uma partida de futebol.

Alves avisou a Feliciano que já tinha solicitado ao Ministério das Relações Exteriores as providências necessárias para o caso.

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