Defesa de petistas quer provar inocência de Dirceu

O ex-deputado federal José Genoino e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares de Castro devem colaborar para sustentar a defesa do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu hoje, quando o julgamento do mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal) entra na fase de apresentação dos argumentos dos réus.

Genoino presidia o PT e Delúbio administrava as finanças do partido quando o escândalo do mensalão veio à tona, há sete anos. Ambos sustentaram desde então que agiam sem prestar contas a Dirceu, que a Procuradoria-Geral da República aponta como o principal responsável pelo mensalão.

A partir de hoje, os advogados dos 38 réus do mensalão terão uma hora cada um para defender seus clientes no plenário do Supremo. Esta fase deve ser concluída no início da próxima semana.

O primeiro a falar hoje será o advogado de Dirceu, José Luís Oliveira Lima. Depois, será a vez de Luiz Fernando Pacheco, que defende Genoino, e de Arnaldo Malheiros Filho, o advogado de Delúbio.

A defesa de Dirceu alega que ele nada sabia sobre o esquema de empréstimos e pagamentos aos partidos aliados; a de Genoino diz que coube a Delúbio a tomada de empréstimos junto aos bancos Rural e BMG; e a de Delúbio alega que o pagamento por meio das agências do publicitário Marcos Valério não configurou corrupção, sendo apenas um delito eleitoral.

Ex-tesoureiro

Um dos principais focos de interesse nas três versões é de quem partiu a iniciativa para montar o esquema com Marcos Valério. As três versões contidas nas alegações finais não se chocam nesse item, convergindo para um único personagem, Delúbio.

Segundo o trio petista, o então tesoureiro teria sido capaz de idealizar e estabelecer os empréstimos, promover a parceria com Valério e definir as datas e a forma de pagamento dos recursos, sem nunca revelar a Genoino ou Dirceu o sistema de pagamento das "dívidas de campanha eleitoral".