Dilma libera R$ 53,5 milhões no dia de acordo em CPI

Brasília - No dia da celebração do acordo que esvaziou as investigações da CPI contra o bicheiro Carlinhos Cachoeira no Congresso, o governo Dilma Rousseff liberou verbas para redutos de líderes do PMDB e de alguns dos principais alvos da comissão.

Os registros diários dos desembolsos federais apontam, no último dia 16, um salto dos recursos destinados às emendas parlamentares.

As operações coincidem com o entendimento, negociado entre governo e parte da oposição, para engavetar os pedidos de investigação de três governadores, cinco deputados e dos negócios da empreiteira Delta fora da região Centro-Oeste.

A despesa chegou a R$ 53,5 milhões no dia 16, enquanto a média diária é de R$ 11,6 milhões no ano.

A maior liberação realizada pelo Ministério do Turismo, de R$ 5,4 milhões, já mereceu agradecimento público no site do senador Renan Calheiros (PMDB-AL). O dinheiro irá para obras rodoviárias entre Piranhas e Arapiraca.

Depois de Alagoas, o Estado mais beneficiado pelos desembolsos foi Goiás, palco da maior parte das investigações da CPI.

Sede dos negócios de Cachoeira, Anápolis ganhou R$ 2,6 milhões do Ministério das Cidades para pavimentação.

A cidade é administrada por Antonio Gomide (PT), irmão do deputado e também petista Rubens Otoni, um dos que escaparam de serem ouvidos pela CPI.

Resposta

Brasília - A Secretaria de Relações Institucionais da Presidência informou que a liberação das emendas ocorreu após medição das obras feita pela Caixa Econômica Federal, responsável pelos pagamentos.

Disse ainda que essa medição, necessária para liberar o dinheiro, saiu no "Diário Oficial da União" em abril.

A prefeitura de Anápolis negou que as liberações tenham vínculos com a CPI.

O prefeito Antônio Gomide (PT) afirmou à reportagem que houve apenas coincidência de liberação dos recursos com a comissão.