Investimento do governo federal tem queda em 2012

Brasília - Em um cenário de desaceleração econômica, o governo federal reduziu o ritmo dos seus investimentos e trava, por falta de decisão, obras que podem ser realizadas pelo setor privado.

O primeiro quadrimestre de 2012 teve queda de 5,5% nos gastos com novas obras públicas, equipamentos e bens permanentes (os chamados investimentos) em relação ao mesmo período de 2011: foram R$ 11,1 bilhões em 2011 contra R$ 10,5 bilhões neste ano.

No governo, segundo a reportagem apurou, as previsões são a cada mês mais pessimistas. Interlocutores da presidente Dilma Rousseff temem que as reduções de juros e as medidas em prol do crédito sejam insuficientes.

Reservadamente, já se fala em um PIB abaixo dos 3%, semelhante ao ritmo projetado pela economia americana, uma das mais atingidas pela crise internacional.

A depender dos números até dezembro, Dilma chegará ao terceiro ano de mandato com taxa de crescimento semelhante à média do governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), de 2,3%.

Já a performance do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) está muito aquém do desejado. Os investimentos caíram 24% no quadrimestre (R$ 5,5 bilhões contra R$ 4,2 bilhões).

Os principais responsáveis pela redução nos gastos federais são órgãos do ministério dos Transportes, onde a queda nos pagamentos de obras chegou a 55%.

Resposta

O ministério do Planejamento, responsável pelo PAC, afirma não haver queda nos investimentos.

"Dados revelam que o desembolso do PAC aumentou 50% no primeiro quadrimestre de 2012 em relação ao de 2011.

Os desembolsos do Orçamento Geral da União passaram de R$ 7,6 bilhões (2011) para R$ 11,3 bilhões (2012)", diz o órgão, em nota.

A conta do ministério leva em consideração todas as despesas do programa, inclusive os subsídios ao Minha Casa, Minha Vida (MCMV).