Cheiro de pizza chega em ações contra três deputados

Brasília - Os relatores responsáveis por avaliar na Corregedoria da Câmara a conduta dos deputados Rubens Otoni (PT-GO), Sandes Júnior (PP-GO) e Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) com o bicheiro Carlinhos Cachoeira sinalizam para o arquivamento das investigações, o que eliminaria a abertura de um processo por quebra de decoro no Conselho de Ética da Casa contra os três.

Anteontem, a CPI do Cachoeira engavetou pedidos de investigação de três governadores, cinco deputados e das operações da empreiteira Delta fora do Centro-Oeste.

Parlamentares já falavam que a CPI havia terminado em pizza. "Não sei por que saio da reunião de hoje com gosto de orégano na boca", disse o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP).

Integram o grupo de sindicância da Câmara criado para avaliar relação dos investigados com Cachoeira, Evandro Milhomen (PCdoB-AP), Maurício Quintella (PR-AL), Jerônimo Georgen (PP-RS). Eles deverão entregar um parecer conjunto até o final do mês quando completa o prazo regimental de 45 dias para a conclusão do documento.

Responsável pelo caso de Sandes Júnior, o deputado Maurício Quintella (PR-AL) disse à reportagem que o depoimento prestado na CPI do Cachoeira pelos delegados que atuaram nas operações Vegas e Monte Carlo, na semana passada, será inserido no parecer que ele apresentará na Corregedoria.

"Questionei os dois delegados sobre a participação do Sandes Júnior no esquema de Cachoeira. O da Vegas me disse que ele recebeu apenas um telefone Nextel e que não havia indícios de crime. O da Monte Carlo disse que no caso dele nem o Nextel tinha", afirmou Quintella.

Sem indícios

O relator do caso de Rubens Otoni, Evandro Milhomen (PCdoB-AP), diz que até o momento não encontrou indícios contra o colega.

"Ainda não temos materialidade. Temos apenas a denúncia do PSOL feita com base em matéria dos jornais", afirmou Milhomen, ao se referir ao vídeo em que Otoni aparece supostamente negociando com Cachoeira o pagamento de R$ 100 mil como doação de campanha em 2004. Otoni não é citado nas investigações da PF.

O deputado Jerônimo Georgen (PP-RS) diz que aguardará acesso aos documentos de Leréia.