Parlamentares tentarão ouvir Carlinhos Cachoeira na terça

Brasília - A CPI do Cachoeira tentará novamente, na terça-feira, tomar o depoimento de seu principal investigado. Inicialmente marcado para ontem, a fala do bicheiro Carlinhos Cachoeira foi suspensa anteontem por ordem do ministro Celso de Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal).

A decisão de Mello apontou para o risco de prejuízo ao direito da ampla defesa, já que o advogado de Cachoeira, o ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, alegou não ter tido acesso às provas coletadas pela CPI.

Reunidos ontem, os parlamentares da CPI decidiram tomar três medidas para convencer o STF a não adiar novamente o depoimento.

A primeira foi liberar aos advogados de Cachoeira o acesso pleno à mesma sala secreta frequentada pelos parlamentares e que guarda os documentos da comissão.

A segunda medida foi marcar o depoimento para terça.

A terceira é procurar o ministro Celso de Mello com pedido de reconsideração.

Ontem, Mello disse que a suspensão do depoimento vale até que o tribunal seja informado oficialmente da autorização de acesso à defesa. Após isso, sua decisão deve perder o efeito.

O presidente da comissão, Vital do Rêgo (PMDB-PB), negou que a decisão do STF enfraqueça a CPI ao abrir precedente para investigados alegarem cerceamento à defesa.

Ontem, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) adiou, após pedido de vista, julgamento de habeas corpus para que Cachoeira, preso desde 29 de fevereiro, seja solto. O placar era de 3 a 0 pela manutenção da prisão.