Empresas de médio porte vão operar três aeroportos

Grandes operadores da administração de aeroportos do mundo, como os de Cingapura, Frankfurt e Zurique, foram derrotados ontem no leilão dos aeroportos brasileiros de Cumbica (SP), Viracopos (SP) e Brasília (DF).

Operadores da África e da América Latina, que não administram nenhum dos 30 maiores aeroportos do mundo, ganharam as concessões dos terminais. Os três grupos vencedores do leilão de privatização pagarão R$ 24,5 bilhões pela concessão, 347% mais que o lance mínimo. O BNDES financia 80% desse investimento.

As concessões serão de 20 anos (Cumbica), 25 anos (Brasília) e 30 anos (Viracopos). A estatal Infraero manterá participação de 49%.

Cumbica

O vencedor de Cumbica foi o consórcio formado por 90% da Invepar (sociedade entre a construtora OAS e fundos de pensão Previ, Funcef e Petros) e 10% da sul-africana Acsa.

O maior aeroporto brasileiro, em Guarulhos, com 30 milhões de passageiros por ano ano, terá como operadora a Acsa, que trabalha, há quase dez anos, com nove unidades da África do Sul, entre elas a de Johannesburgo e a da Cidade do Cabo.

O terminal de Johannesburgo foi criticado na Copa de 2010. Jatos executivos lotaram os pátios e voos tiveram de ser desviados.

Em Campinas, o vencedor da licitação foi o consórcio Aeroportos do Brasil, formado pelas construtoras TPI e UTC (90%) e a operadora francesa Egis Airport (10%).

Em Brasília, venceu o consórcio Inframérica, formado por Engevix (50%) e Casa (50%), operadora argentina.

As maiores construtoras do país, em parceria com operadores, desistiram da disputa. Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Odebrecht e Queiroz Galvão não fizeram proposta no viva-voz, após o lance inicial. A reportagem apurou que elas consideraram o sobrepreço elevado.

Segundo o governo, não haverá aumento de tarifas ao consumidor.