Europeus faturam com amistosos, e brasileiros chiam

Os amistosos de pré-temporada viraram um lucrativo negócio no futebol. Se há apenas oito anos, o Barcelona recebia cerca de US$ 500 mil (R$ 776 mil) para realizar um amistoso internacional, hoje o atual campeão europeu está prestes a desembarcar nos EUA para faturar 1,4 milhão de euros (R$ 3,1 milhões) por partida (veja a agenda ao lado), o que deverá render 4,2 milhões de euros (R$ 9,3 milhões) para os cofres do clube em apenas uma semana.

Na mesma onda, gigantes como Real Madrid, Bayern de Munique e Juventus exploram o novo nicho, especialmente na América do Norte e na Ásia. O Chelsea, por exemplo, prepara-se para o início da temporada na Tailândia, na Malásia e em Hong Kong.

Enquanto isso, no Brasil, os clubes buscam ficar cada vez menos dependentes dos direitos de televisão, mas esbarram no calendário para aproveitar essa fatia.

"Estamos na contramão, enquanto os times europeus estão viajando e se preparando, estamos no meio do campeonato. Já pedimos o adiamento dos jogos por causa da seleção, como pediríamos outros para os amistosos?", frisou Armênio Neto, gerente de marketing do Santos.

"Os clubes tinham as viagens como uma importante fonte de recursos. De uns anos para cá, a CBF assumiu a visibilidade do futebol brasileiro com excursões e amistosos caríssimos usando os jogadores dos clubes e não nos ressarcem em nada", criticou João Paulo de Jesus Lopes, vice de futebol do São Paulo.

"Convites sempre chegam, mas não tem nem como negociar", comentou Roberto Frizzo, vice de futebol do Palmeiras.