Quero marcar o 15º

PRETÓRIA -- O polonês Miroslav Klose iniciou a carreira em times de divisões inferiores da Alemanha. Atingiu uma equipe de primeira linha só aos 22 anos, quando defendeu o Kaiserslautern. Antes, era carpinteiro e jogava futebol apenas por diversão.

Superou-se, conseguiu contratos milionários e gols pela seleção alemã, depois de se naturalizar. Com a irregularidade na última temporada, foi relegado ao banco de reservas do Bayern de Munique.

Isolados de contextos, os fatos sinalizam um jogador qualquer. Só que a descrição se aplica ao atacante da Alemanha que está a dois gols de se tornar o maior artilheiro de Copas do Mundo.

Tem 14 tentos, um a menos do que o brasileiro Ronaldo. E ainda terá mais duas partidas pelo Mundial de 2010.

"Gostaria de fazer cinco gols no mínimo [nesta Copa]. Quero o 15º. Se fizer seis, ficarei muito feliz", afirmou ele, que tem quatro até o momento.

Em seus dois Mundiais anteriores, Klose balançou as redes cinco vezes em 2002 e outras cinco em 2006.

"Espero que Ronaldo não tenha medo de mim. Falei com ele na final, em 2002. Naquela época, nunca pensei que estaria tão perto dele", declarou Klose.

Sua má fase no clube em 2010 e seus números na seleção mostram que ele cresce em Copas. Pela seleção, completou cem partidas diante da Argentina, tem média de 0,52 gol por jogo e é o terceiro maior artilheiro da equipe.

Festa
A goleada sobre o time sul-americano por 4 a 0, aliás, foi motivo de comemoração para os germânicos. Houve dança, cantoria e cerveja para os atletas. A festa ocorreu assim que o time retornou a Pretória, ontem à noite, após viagem da Cidade do Cabo, onde bateu os argentinos.

Até a tradição do discurso do atacante Klose, pelo centésimo jogo dele pela Alemanha, foi esquecida.

O centroavante chegou a afirmar que, ao marcar presença nas semifinais, qualquer resultado além seria "um extra" no Mundial.

Mas o clima de oba-oba, ressalvam os jogadores alemães, acabou no sábado.

Ontem, todos passaram por processos de recuperação e de tratamentos médicos. À tarde, ocorreu um treino fechado à imprensa em Pretória.

"Em nenhum ponto achei que íamos ficar eufóricos. Temos os pés no chão. Se eu perceber [euforia], vou falar", ressaltou Klose.