Lippi assume a culpa pela desclassificação

O técnico Marcelo Lippi se responsabilizou pela campanha pífia da Itália na África do Sul. Após a eliminação do país diante da seleção da Eslováquia, o treinador da Azzurra assumiu toda a culpa pela queda da equipe e destacou que a seleção estava com "terror no coração" e não correspondeu às expectativas.

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"Assumo toda a responsabilidade pelo que aconteceu nestas três partidas. Se um time aparece em um jogo tão importante como o de hoje com terror no coração e nas pernas e não consegue expressar sua habilidade, é porque o técnico não treinou a equipe da forma que deveria", destacou o comandante.

Com dois empates e uma derrota, a Itália confirmou sua pior participação da história das Copas. Mesmo sendo a atual campeã, a equipe iniciou o torneio sob um clima de desconfiança, mas poucos esperavam por uma queda como esta. A Azzurra terminou a competição na lanterna do Grupo F, com dois pontos.

"Achei que esta equipe poderia fazer certas coisas que não fez e não preparei bem. A responsabilidade foi toda minha, fui eu que construí a equipe. Sinto por todo o esporte italiano e pela Federação", completou o técnico, que se despediu da seleção.

"O nível do futebol italiano é muito bom, muito mesmo. Mas não expressamos isso na Copa. Só posso deixar boa sorte para o meu sucessor. Vou parar alguns meses para avaliar tudo muito bem", disse.

O temor ao qual o técnico também se refere é o clima político vivido na Itália. Antes do duelo contra os eslovacos, Umberto Bossi, ministro da reforma do governo Berlusconi e líder do partido fascista Lega Nord, havia disparado à imprensa que a seleção italiana iria "comprar a partida".

A declaração gerou um mal-estar generalizado entre a Federação Italiana de Futebol e Bossi, que é defensor da separação da região Norte do país (Padânia) do resto da Itália. Antes da Copa do Mundo da África do Sul, Buffon e Cannavaro já haviam tido atritos com outros membros do partido fascista.