Clubes derrotam CBF, mas vão negociar com a entidade

A maioria dos grandes clubes brasileiros derrotou a CBF em disputa pela presidência do Clube dos 13. Fábio Koff foi reeleito contra o opositor Kléber Leite, apoiado pela entidade que comanda o futebol no Brasil.

Koff triunfou com a promessa de mudanças na estrutura do futebol nacional, como alterações no calendário e uma possível formação de uma liga para organizar o Campeonato Brasileiro.

Mas esses planos de revolução esbarram justamente na confederação, que tem, pela lei e por regulamentos do esporte, o poder sobre os principais campeonatos do país.

Por isso, o discurso de Koff e aliados fala em mudanças, mas não em ruptura com a entidade. Integrantes da corrente vencedora defendem uma aproximação da CBF para negociar alterações no atual cenário do esporte nacional.

Para ter poder de fogo, o Clube dos 13 vai tentar englobar os integrantes da Série B. A intenção é oferecer ajuda para reformar o contrato de televisão dessa divisão --além do contrato da Série A-- e fazer uma mudança estatutária para encorporá-los. Isso aumentaria de 20 para 40 o número de membros.

"Daí para a liga não é difícil. Há os obstáculos que a CBF coloca. Mas não podemos ter relação de subordinação à entidade. Respeito à hierarquia, sim", afirmou Koff.

Apesar de falar em liga, o dirigente reconheceu que a lei dá à confederação a prerrogativa sobre o calendário do futebol. Campeonatos de uma liga, por exemplo, podem não gerar classificação para nenhum outro torneio --como a Taça Libertadores, por exemplo-- e não ter espaço nos planos da confederação.

Por isso, só o aval da CBF permite mudanças no futebol nacional sem ruptura.