28/02/2010

Desta vez, Bridge leva a melhor

Adriano Pessini
do Agora

Com certeza, Wayne Bridge --lateral-esquerdo do Manchester City--, jamais esquecerá o dia 27 de fevereiro de 2010: o dia da vingança.

Sua equipe bateu o líder Chelsea por 4 a 2, em pleno Stamford Bridge, local onde o City não vencia os Blues desde 1993. Além de perder uma invencibilidade de 37 jogos em sua casa, o Chelsea ainda vê o Manchester United --que hoje enfrenta o Aston Villa na decisão da Copa da Liga-- e o Arsenal na sua cola.

Mais do que o aspecto esportivo, o que todos esperavam para ver era o primeiro duelo entre Bridge e o zagueiro John Terry. Os dois foram parceiros de Chelsea, onde Bridge jogou de 2003 a 2009, de seleção inglesa e eram grandes amigos. Eram.

Em janeiro, estourou o escândalo que abalou a Inglaterra: Terry saiu com a mulher de Bridge, a modelo francesa Vanessa Perroncel, e as consequências acabaram respingando até na seleção nacional: Terry perdeu a tarja de capitão do English Team e Bridge pediu seu desligamento da equipe que vai à Copa do Mundo da África.

Ontem, antes mesmo de o jogo começar, o clima esquentou mais ainda. Na saída dos vestiários, Terry puxava a fila de jogadores do Chelsea, enquanto Bridge era o penúltimo do seu lado.

Na hora do tradicional cumprimento com os times perfilados, Terry estendeu a mão para o ex-amigo, mas o jogador do City olhou no rosto do desafeto e passou reto, deixando-o com o braço direito estendido para o mundo ver.

Com o jogo rolando, Bridge sofreu com a torcida dos Blues, que o vaiava em todos os momentos em que ele tocava na bola. No primeiro lance em que os dois poderiam se encontrar em campo, em uma bola alçada na área dos visitantes, Bridge ficou de longe marcando Drogba.

Na verdade, o jogo estava muito ruim até os 42min, quando Lampard abriu o placar. Tevez, porém, empatou três minutos depois, em um gol esquisito, no qual passou por Terry e deu um chute muito fraco. Detalhe: quem deu um chutão lá da defesa para o argentino foi Bridge.

Na segunda etapa, aos 4min, Terry levou um cartão amarelo após cometer uma falta feia. Bridge cobrou, mas a bola parou na barreira.

Não havia problema. Bellamy colocou o City na frente dois minutos depois.

O Chelsea se desesperou e foi para a frente de forma atabalhoada. Belletti, que havia acabado de entrar, cometeu pênalti e foi expulso. Carlitos não perdoou e fez 3 a 1. Na comemoração, abraçou quem? O amigo Bridge.

Era o ato final do lateral, que foi substituído em seguida e saiu aplaudido até por alguns torcedores do rival.

Mas o pesadelo azul ainda teria o último capítulo: Ballack foi expulso e Bellamy fez mais um. Lampard ainda diminuiu de pênalti, só que pouco importava. A festa era do City. A festa particular era de Wayne Bridge.

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