Vencer
06/07/2009

'Sem Ronaldo, Corinthians não seria campeão', diz Mano

Folha de S. Paulo

Em um ano e meio no Corinthians, Luiz Carlos Venker Menezes, 46 anos, disputou cinco competições, chegou a quatro finais e ganhou três títulos. O mais importante deles na semana passada, a Copa do Brasil. Antes, conquistou a Série B do Brasileiro e o Paulista. Nesta entrevista, o técnico fala sobre Ronaldo, diz por que criticou e agora elogia Dunga e revela o "acordo" que tem com o presidente da República.

O que esse título acrescentou à sua carreira?
Mano Menezes - Faltava um título nacional. Era necessário ganhar uma competição como a Copa do Brasil para que as outras pessoas considerassem o meu um trabalho de ponta.

Qual foi a importância do Ronaldo para a conquista?
Mano - Ele é uma referência. Saber que com a camisa 9 do teu time está um jogador com a trajetória do Ronaldo passa muita confiança. E tem o efeito disso para o adversário. Ter que marcar o maior goleador da história das Copas não é fácil.

Haveria título sem ele?
Mano - É subjetivo. Muitas equipes já foram campeãs sem o Ronaldo. Mas hoje, no estágio em que nos encontramos, sem ele seria impossível.

Você disse que pretende ganhar o Brasileiro. Mas o clube quer disputar jogos fora do país. Não há conflito aí?
Mano - Estou sendo consultado. Vamos tentar escolher as datas menos prejudiciais. O futebol vive de receita. Na medida em que o clube está faturando, os compromissos são cumpridos e isso se reflete em campo.

Então vale a pena sacrificar o Nacional por uma excursão?
Mano -Vale. É importante para o Corinthians e para os jogadores participar de partidas maiores, que tenham repercussão internacional.

Qual foi sua reação quando contrataram o Ronaldo?
Mano - Incredulidade. Falei: "Vocês estão de brincadeira". Depois, fui buscar informações sobre ele, para saber se havia chance de transformar o projeto em sucesso dentro de campo. Era a minha parte.

Como foi a condução da volta do Ronaldo ao gramado?
Mano - Tem duas partes esse processo. A primeira foi que o o clube deixou tudo na mão da comissão técnica. Ouvi muito que a direção e o marketing iriam escalar o Ronaldo quando quisessem. Isso nunca aconteceu. A outra parte é técnica. Aí é preciso elogiar a parte médica, de fisiologia, de fisioterapia, de preparação física. Ele está muito perto do ideal.

No episódio de Presidente Prudente [Ronaldo foi a uma boate e chegou de manhã ao hotel], o Antônio Carlos [diretor de futebol] foi demitido. Qual foi o seu papel?
Mano - Todo mundo atribui a saída do Antônio Carlos a mim. Mas ele ocupava um cargo superior ao meu. O que houve foi um entendimento da direção do clube sobre a postura que deve ter um executivo. No futebol, um acontecimento isolado nunca é responsável pela saída de um profissional. Certamente já existiam outras coisas, que eu não sei dizer quais.

Você já falou com ele [Antônio Carlos] depois disso?
Mano - Não. Não tive oportunidade. Mas, se encontrá-lo, não vou ter dificuldade para conversar com ele.

Andrés Sanches disse que, enquanto for presidente do Corinthians, não vai permitir a sua saída.
Mano - Se eu fosse o presidente, com o Andrés de treinador, e em cinco campeonatos o meu time tivesse chegado a quatro finais e conquistado três títulos, eu não o deixaria sair.

Você vai ter um aumento ao renovar o contrato?
Mano - [hesita] Eu ganho bem. Estou feliz com minha remuneração. É normal, quando se faz uma renovação de contrato, ter uma valorização. Mas isso não é o mais importante para um técnico do meu nível.

Onde se vê em cinco anos?
Mano - Não sei. O Dunga falou uma frase com a qual concordo literalmente: "O futebol não tem futuro". Me perguntam de seleção, de Europa, mas eu só penso em seguir no Corinthians.

Você não quer dirigir a seleção na Copa de 2014?
Mano - Ih! Esse cargo vai ser muito disputado. Vou trabalhar muito para estar entre os principais do país até lá. Dizem que eu sou melhor técnico quando jogo em casa. Então, minha chance aumenta [risos].

Como avalia o Dunga?
Mano - Muito bem. Embora eu tenha me manifestado contra a escolha dele, que ainda não era treinador quando assumiu a seleção. Ele foi chamado para fazer dois trabalhos: retomar o sentimento de respeito pela seleção e renovar o time. Ele fez isso e trouxe resultados.

Ronaldo quer o filho dele criado na Europa, para ter uma educação melhor. Você concorda?
Mano - Felizmente, o Ronaldo tem essa opção para a educação do filho dele. Eu tive, minha filha estudou na Inglaterra. Mas respeito muito a condição do brasileiro, acho que não se pode desistir do Brasil.

Você tem Twitter, site. Técnico tem que ter marketing?
Mano - Não acho que seja fundamental. Aceitei a sugestão da minha filha, até para valorizar determinadas situações, menosprezar outras, expor pensamentos. A resposta é boa. Tenho o cuidado de só falar ali o que já tratei com a imprensa. Não publico informação privilegiada no Twitter.

Você votou no Lula?
Mano - Votei, duas vezes. Na eleição e na reeleição.

Como você o avalia?
Mano - Bom governo, que tem possibilitado a descoberta de alguns aspectos que viviam escondidos. Todo mundo acha que a corrupção nasceu agora, no governo Lula. Mas sempre existiu e está sendo colocada para que a sociedade analise e avalie. E tem conseguido dar estabilidade econômica e melhorado a condição de uma parte da população.

Ele já deu sugestões?
Mano - Não, não, nunca.

Nem você a ele?
Mano - Nunca. Talvez ele não tenha falado sobre a minha equipe para não permitir que eu fale sobre o ministério dele. Temos esse acordo implícito.

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