04/08/2009

Salário de professor poderá chegar a R$ 7.000

Camila Souza
do Agora

A Secretaria de Estado da Educação deverá encaminhar à Assembleia, em breve, um projeto de lei que prevê um aumento de 25% para professores a cada três anos. Assim, os salários podem chegar a R$ 7.000 para os profissionais em fim de carreira.

O secretário da pasta, Paulo Renato Souza, confirmou ontem, em evento sobre educação no Itaú Cultural, os detalhes do projeto, que haviam sido divulgados ontem pela colunista Mônica Bergamo, da "Folha de S.Paulo".

Para conseguir o aumento, os 130 mil professores concursados poderão realizar uma prova a cada três anos. Os 20% melhor classificados receberiam um aumento de 25%. Após três anos, esses profissionais poderiam fazer outra prova e, se aprovados, receberiam mais 25% de reajuste, e assim sucessivamente. De acordo com o secretário, a primeira prova será realizada no próximo ano.

Pelo projeto, os docentes teriam cinco faixas salariais. Assim, um professor com salário de R$ 1.834, para 40 horas, após 12 anos, receberia cerca de R$ 4.500, sem considerar as gratificações e os reajustes gerais. Considerando as gratificações, o salário pode chegar a R$ 7.000 no fim da carreira, segundo Souza.

Para passar da primeira para a segunda faixa salarial, o professor teria de tirar nota mínima seis, de um total de dez. Para a terceira, a nota seria sete; para a quarta, nota oito; e para alcançar a maior remuneração, a nota mínima seria nove. Frequência em aula e permanência na mesma escola também contam pontos.

Atualmente, os professores têm aumentos por tempo de serviço e cursos. Eles também têm bônus por desempenho.

A avaliação não será obrigatória. Os docentes que não fizerem a prova ou não tiverem nota mínima continuarão tendo o reajuste tradicional.

O projeto terá de ser aprovado pela Assembleia. Procurada ontem, a Secretaria de Estado da Educação não confirmou as informações, ainda que o secretário tenha dado detalhes sobre a proposta em um evento público.

Polêmica
As entidades da categoria criticam o projeto do governo. A Apeoesp (sindicato dos professores) e o CPP (Centro do Professorado Paulista) informaram que tomaram conhecimento do assunto pela imprensa. Para o CPP, o aumento para apenas 20% dos professores é negativo. "Vai virar uma competição", disse José Maria Cancelliero, presidente.

Para o deputado Carlos Giannazi (PSOL), é preciso ampliar o limite de 20% de professores que terão o aumento. "É uma medida excludente. "

Para o líder do PSDB na Assembleia, deputado Samuel Moreira, "o governo quer dar uma boa remuneração ao docente sem que ele precise ir para cargo de chefia."

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