Omara Portuondo e músicos do Buena Vista Social Club se apresentam em SP

A cantora cubana Omara Portuondo, 81 anos, e a orquestra Buena Vista Social Club se apresentaram ontem (20) no Bourbon Street Music Club, em São Paulo. Além de Omara, o músico Barbarito Torres, que toca alaúde, e o trompetista Manuel Guajiro Mirabal, estavam entre os integrantes originais do lendário grupo Buena Vista Social Club, que fez sucesso mundial com a gravação de um álbum e de um documentário no final da década de 1990.

Destaque da noite, Omara Portuondo, cantora ganhadora de um Grammy Latino em 2008 com "Gracias", empolgou o público presente no show com a performance de músicas consagradas como "Dos Gardenias", que cantou junto com o violonista brasileiro Swami Jr., e "Quizás, quizás, quizás", que levantou o público presente no Bourbon Street. O Buena Vista também cantou outros sucessos do grupo como "Chan Chan" e "El Cuarto de Tula".

Adriana Mompean/Folhapress

A cantora cubana Omara Portuondo e a orquestra

"Omara deu show, ela é 81 anos de pura energia", afirmou a economista Ana Cavalcanti, 37 anos.

"O show foi muito bom, é o segundo que vejo do grupo no Brasil. Fui conhecer Cuba por causa do Buena Vista Social Club"' disse a publicitaria Flávia Coradini, 38 anos.

O Buena Vista Social Club foi uma famosa casa de shows em Havana, Cuba, nos anos 1940, que serviu de inspiração para um projeto de Ry Cooder. O produtor americano foi à capital cubana onde gravou um álbum com cantores do país, lançado em 1997. Os idealizadores do projeto esperavam comercializar, no máximo, 100 mil exemplares do álbum, mas o disco vendeu 8 milhões de cópias em todo o mundo.

A gravação reuniu estrelas da música cubana, muitas já esquecidas e no ostracismo, como Ibrahim Ferrer -- que morreu em 2005 aos 78 anos--, encontrado pelos produtores engraxando sapatos e vendendo bilhetes de loteria em Havana. Além de Ferrer, o grupo original também já perdeu os cantores Compay Segundo (1907-2003), Manuel Puntillita Licea (1927-2000) e o pianista Rubén González (1919-2003).

Dois anos depois do lançamento do álbum, o cineasta alemão Wim Wenders dirigiu o documentário "Buena Vista Social Club", que ajudou a consolidar ainda mais a fama do grupo de artistas e impulsionou a carreira individual de cada um deles. O grupo original realizou apenas três apresentações com todos os integrantes juntos: duas no Carré Theater, em Amsterdã (Holanda), e uma no Carnegie Hall, em Nova York (EUA).

O projeto continua hoje com a Orquestra Buena Vista Social Club, dirigida por Jesus Aguaje Ramos, e traz novos integrantes como os cantores Carlos Calunga e Idania Valdés.