Viver é preciso, maternar também

Ser mãe é intenso; a maternidade não é uma opção fácil, mas enche de amor e de poesia a vida de quem escolhe esse caminho

No ano em que completo uma década como mãe -minha filha mais velha fez dez anos em janeiro-, ganho de presente uma coluna sobre maternidade. E o presente se torna ainda mais especial porque chega exatamente no Dia das Mães.

Maternar é uma tarefa árdua e cheia de dores. Mas é intensa, bonita e um recado da vida de que ser feliz é possível, mesmo com dificuldades.

Como mãe, confesso que sou muito mais feliz do que triste, mais realizada do que frustrada, mais rejuvenescida do que desesperançada. Como mãe, quando eu percebo que o mundo está se tornando um lugar horrível para viver, eu busco forças lá no fundo do meu ser para fazer dele um lugar melhor. Porque é preciso. Porque tenho filhas.

Apaixonada que sou por poesia, penso sempre em versos de Fernando Pessoa, que dizem "navegar é preciso", e os adapto à maternidade:"maternar é preciso".

Sim, minhas amigas, maternar é preciso e mais do que necessário. Olhar para os filhos e para si. Para o mundo e para si. Para a mulher que você era e para a mulher que você se tornou. Maternar é descobrir essa nova mulher e perdoá-la quando há erros, quando o cansaço exaustivo fala mais alto do que a razão ou a delicadeza da maternidade e quando não é possível dar conta de todas as demandas que surgem.

Maternar também é descobrir os seus superpoderes e prometer ser o melhor que puder para os filhos. Não com perfeição ou sem erros, mas com a certeza de que o amor é o melhor caminho a seguir.

Ter filhos é a experiência mais intensa da existência de quem escolhe viver esse momento, por isso, por mais críticas que recebamos ou por mais exaustas que estejamos, eu digo: maternar é preciso.

Hoje, Dia das Mães, celebro esta nova coluna, a maternagem de cada dia e as experiências que vamos passar a trocar. Porque a vida é dura, mas pode sempre ser melhor e mais poética se colocarmos o olhar da maternidade sobre ela.

Feliz Dia das Mães!

Dica de diversão

No próximo domingo, a Trupe Pé de Histórias e a palhaça Rubra comandam o "Cortejinho", uma das atrações da Virada Cultural para as crianças.

A concentração começa às 10h, na avenida Ipiranga, em frente à praça da República.

Em cima de um trio elétrico, a carreata de palhaços e artistas circenses animará pais e filhos.

Cristiane Gercina, 37 anos, é mãe de Luiza, 10, e Laura, 4. Graduada e pós-graduada pela Unesp, é editora-assistente de Grana do Agora. É apaixonada pelas filhas e por literatura.

Quem quiser fazer sugestões, enviar ideias e dividir experiências pode mandar um e-mail para cristiane.gercina@grupofolha.com.br. Dúvidas e dicas também são bem-vindas.