Mistério à francesa

Com linguagem elegante, novo livro do francês Michel Bussi ambienta crime em paisagens impressionistas

Já conhecido do público brasileiro pelo competente mistério "O Voo da Libélula", lançado por aqui e tema da coluna em 2015, o escritor francês Michel Bussi, 51 anos, está ainda melhor no assombroso "Ninfetas Negras" (R$ 44,90, 352 págs., Arqueiro), vencedor de cinco prêmios literários.

Cheio de diálogos rápidos, frases curtas e concatenadas e trama ágil, a obra tem tudo para agradar aos fãs que vão além do bestseller americano Dan Brown (de "Código Da Vinci", "Fortaleza Digital" e "Inferno") e preferem um enredo um pouco menos mastigado. Bussi pode até ser um escritor pop, mas mantém a elegância dos franceses.

A história liga a vida de três mulheres: uma garota de 11 anos que sonha em um dia se tornar uma grande pintora, uma professora que deseja viver um grande amor, mas está presa em um casamento fracassado, e uma idosa que gosta de observar o vaivém de sua janela. Todas as três são entrelaçadas por um mistério que move o livro.

Tudo se passa na cidade francesa de Giverny, conhecida mundialmente por ter sido o lugar onde Claude Monet (1840-1926) pintou as maiores obras do impressionismo. No cenário bucólico, entre turistas de todo o planeta, um respeitado médico é encontrado morto, em um emaranhado de pistas contraditórias que confundem os investigadores do caso. Dica: Bussi merece toda a sua atenção.

Vivian Masutti, 30 anos, é jornalista formada pela Cásper Líbero e bacharel em letras (português e francês) pela Universidade de São Paulo, onde também cursou a Faculdade de Educação e obteve licenciatura plena em língua portuguesa