Muita cor nos tons de cinza

Depois da febre "50 Tons de Cinza", a literatura erótica suave ganhou outra representante: a escritora americana Audrey Carlan. Com a série "A Garota do Calendário" (R$ 19,90, Verus), ela virou best-seller nos Estados Unidos, no Brasil e teve seus direitos vendidos para 30 países.
Na trama, Mia Saunders é uma bela jovem que precisa desesperadamente de US$ 1 milhão para pagar o agiota que ameaça seu pai por uma dívida de jogo. A garota, então, aceita trabalhar como acompanhante de luxo na empresa da tia, pagar mensalmente a dívida e só transar quando quiser. A série é dividida em 12 livros, cada um narrando um mês do ano e, consequentemente, um cliente diferente. A linguagem simples e os episódios não mais do que picantes agradaram, e Audrey Carlan está no Brasil para se encontrar com seus fãs. E topou conversar por e-mail com a coluna:

A literatura erótica tem obtido considerável sucesso, apesar de ainda ser tida como gênero menor. Você concorda?
Audrey -Eu não diria que é menor. A única diferença entre um romance erótico e um romance contemporâneo padrão é que as cenas de sexo são mais explícitas, sensuais e algumas vezes mais mundanas.

Você poderia imaginar uma garota brasileira no papel de Mia?
Audrey - Não é uma realidade muito aceitável ganhar US$ 100 mil por mês para ser acompanhante de homens endinheirados. Essa é a beleza de ter o poder de escrever ficção. Eu poderia imaginar uma garota brasileira, assim como alemã ou russa no papel. A origem não faz diferença.

Você já leu literatura brasileira?
Audrey - Infelizmente, não. Mas conheço alguns autores que gostaria de ler, se seus livros forem traduzidos para o inglês. Tive o prazer de conhecer Janda Montenegro [escritora carioca, de 'Três Dias para Sempre'] em uma convenção de romancistas e nos tornamos amigas virtuais, assim como A.C. Meyer [outra carioca, da série 'After Dark'].

O que tem a dizer aos fãs brasileiros?
Audrey - O que eu mais quero é agradecer a eles. Amam Mia e sua história e me contam sobre suas experiências na redes sociais. Ter todos os meus livros como best- sellers no Brasil é muito gratificante. É um sonho meu conhecer o Brasil.

• Assine o Agora

Vivian Masutti, 30 anos, é jornalista formada pela Cásper Líbero e bacharel em letras (português e francês) pela Universidade de São Paulo, onde também cursou a Faculdade de Educação e obteve licenciatura plena em língua portuguesa.