Direto do além

"Eu queria criar uma história o mais humana possível, porque a melhor maneira de assustar o leitor é fazê-lo gostar dos personagens."

Foi assim que o autor americano Stephen King, 68 anos, definiu à revista "Rolling Stone" a sua mais recente obra, "Revival" (R$ 49,90, 376 págs., Objetiva), já nas livrarias.

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Como entra ano, sai ano e King segue entre os mais queridos do público, não é fácil explicar como ele sempre consegue inovar apesar de utilizar os mesmos elementos de apoio: uma cidade pequena no interior, o sobrenatural, o mal e o vício.

Mas ao ler "Revival" fica até simples entender por que ele vem sendo considerado o dono do final mais assombroso de todos os que King já escreveu.

No enredo, o pequeno Jamie conhece o carismático reverendo Charles Jacobs, de quem se torna amigo.

Até que Jacobs é expulso da cidade, após uma tragédia. Décadas depois, Jamie, já com 30 e poucos anos e viciado em heroína, reencontra o amigo.

Para ter ideia do que vem pela frente, é só saber que King se inspirou no clássico "Frankenstein" (1818), de Mary Shelley (1797-1851), para escrever a história: um romance de horror gótico, considerado a primeira obra de ficção científica de todas. Um interessante 2016 a todos nós!

Entre zumbis, o pior inimigo é o homem

Em "Walking Dead: A Invasão (Vol. 6)" (R$ 39, 308 págs., Record), de Robert Kirkman e Jay Bonansinga, os zumbis podem até dar um tom surrealista à obra.

Mas logo o leitor se dá conta de que o verdadeiro inimigo é o aterrorizante ser humano: agora na condição de sobrevivente do apocalipse e sem as limitações da vida em sociedade.

Caixa reúne clássico com a sua continuação

Os que ainda não conhecem a obra de Stephen King e querem ir além de "Revival" têm a opção de procurar o boxe publicado pela editora Objetiva (R$ 79,90, 768 págs.) que contém os livros "O Iluminado", clássico de 1977, e "Doutor Sono", sua continuação, escrita mais de 30 anos depois pelo autor.

Vivian Masutti, 30 anos, é jornalista formada pela Cásper Líbero e bacharel em letras (português e francês) pela Universidade de São Paulo, onde também cursou a Faculdade de Educação e obteve licenciatura plena em língua portuguesa. No Agora, é editora-assistente do caderno "Show!" - vivian.masutti@grupofolha.com.br

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