Caixas-pretas do voo 447 não foram achadas, diz França

O BEA (Birô de Investigações e Análises), do governo francês, responsável pela investigação sobre o acidente com o voo Rio-Paris que caiu em 2009 (matando 228 pessoas), negou ontem que a equipe de buscas tenha localizado as caixas-pretas do avião.

"Não há caixa-preta ainda, em absoluto", afirmou o comunicado do órgão.

A informação sobre a localização foi dada mais cedo pelo presidente da Associação das Famílias das Vítimas do Voo 447 da Air France, Nelson Faria Marinho.

Ele disse que recebeu a informação durante reunião entre parentes das vítimas e o BEA anteontem, em Paris. O Ministério dos Transportes francês, ao qual pertence o BEA, disse que não houve essa discussão na reunião.

A equipe de buscas aos destroços do voo 447 encerrou as operações submarinas na última sexta-feira. O BEA divulgou na semana passada as primeiras imagens dos destroços. De acordo com o órgão, foram localizadas partes do motor, da fuselagem, das asas e do trem de pouso do Airbus A330-203.

Resgate

A ministra francesa dos Transportes, Nathalie Kosciusko-Morizet, confirmou a presença de corpos dentro de uma grande parte da fuselagem. Os trabalhos para o resgate das peças e corpos devem começar no dia 21 de abril, sob responsabilidade da empresa americana Fênix.

Ao anunciar a localização dos primeiros destroços, Kosciusko-Morizet afirmou que esperava "localizar rapidamente as caixas-pretas" do Airbus --um dos principais objetivos da missão e fundamental para esclarecer as causas da tragédia e o trajeto percorrido pelo avião.

"Se não foram destruídas no choque, existe a possibilidade de que funcionem", disse Jean Paul Troadec, diretor do BEA, na ocasião.

Na busca foram usados três submarinos robôs do modelo Remus --com 4 m de comprimento e 800 kg, eles são capazes de chegar a 4.000 m de profundidade.

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