Gaddafi avança e força recuo de rebeldes

TRÍPOLI - Forças leais ao ditador líbio, Muammar Gaddafi, avançavam ontem sobre Benghazi, considerada a capital dos rebeldes e o berço da revolta na Líbia.

Em franco recuo, líderes rebeldes fizeram ontem um apelo à comunidade internacional por ajuda militar e pela criação de uma zona de exclusão aérea sobre o país.

"Se não houver uma zona de exclusão área imposta sobre o regime de Gaddafi, e se seus navios não forem revistados, haverá uma catástrofe na Líbia", disse Mustafa Abdel Jalil, ex-ministro de Gaddafi e hoje presidente do Conselho Nacional da Líbia, órgão que reúne os rebeldes.

Jalil alertou que, se o Exército de Gaddafi chegar a Benghazi, a segunda maior cidade líbia, o resultado será "a morte de meio milhão de pessoas".

Os rebeldes admitiram já ter perdido o controle sobre Ras Lanuf, cidade considerada estratégica para o avanço até a capital, Trípoli, e pelas reservas de petróleo. Também perderam ontem o controle sobre Brega, após dois dias de combates . Sob ataques de artilharia, tanques e bombardeios aéreos, os rebeldes já haviam recuado a 32 km de Benghazi.

As forças do regime iniciavam também avanço sobre Misrata, a única cidade na parte oeste do país ainda sob controle insurgente. Segundo os rebeldes, a cidade está cercada por tanques.
"Estamos prevendo um massacre. Eles têm tanques e armamento pesado; nós temos só a fé em Deus", disse o rebelde Mohamad Ahmed.

Em encontro de emergência, ontem, no Cairo, a Liga Árabe fez um apelo ontem ao Conselho de Segurança da ONU para que crie uma zona de exclusão aérea na Líbia.

O pedido pode servir como o endosso que a Otan (aliança militar ocidental) e a União Europeia disseram ser prévio a uma ação militar.

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