Talento, dramas e escândalos marcaram trajetória de Michael Jackson

Da origem pobre à fama, foi tão longa quanto improvável a trajetória do Rei do Pop. Michael Joseph Jackson nasceu no dia 29 de agosto de 1958, em uma família negra e pobre da cidade de Gary, no Estado de Indiana, nos Estados Unidos. Seu pai e sua mãe, trabalhadores humildes, tiveram nove filhos. Não demorou muito para que o patriarca da família notasse a aptidão dos garotos para a música.

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Quando Michael tinha cinco anos, passou a integrar, ao lado de Jackie, Tito, Marlon e Jermaine, o grupo Jackson 5. Para conquistar o seu espaço no meio musical, o quinteto contou, nos anos 60, com o apoio da gravadora Motown, que apostou no grupo.

Foi entre as décadas de 60 e 70 que estourou o primeiro sucesso dos garotos, a canção "I Want You Back". Aos poucos, o Jackson 5 passou a colecionar hits, como "ABC", e 'll Be There". Michael se destacava. Era o mais afinado e tinha um talento natural para dançar. Mesmo sendo o caçula do grupo, era o líder dos Jackson.

Logo ele se lançou em carreira solo, o que, para muitos, era uma tentativa de fugir do controle exagerado do pai, que exigia demais dos garotos e, acredita-se, também batia neles e os castigava.

Michael conciliou a carreira solo com o Jackson 5 entre 1970 e 1984. Ele arrebatou milhões de fãs ao criar um novo estilo, que unia canções de refrão fácil, musicalidade e muita dança. Em 1972, foi eleito o melhor vocalista masculino do ano por seu primeiro disco solo, "Got to Be There". O sucesso arrebatador veio em 1982, quando lançou "Thriller", o álbum mais vendido da história. O produtor Quincy Jones, responsável pelo álbum, tornou-se seu "segundo pai". Ontem, muito emocionado, em comunicado, disse estar devastado: "Não tenho palavras para o fato de Michael ter sido tirado de nós tão de repente. Forças divinas fizeram com que nossas almas se encontrassem e permitiram que nós fizéssemos o que fizemos nos anos 80".

Do apogeu à queda
Os anos 90 marcaram o início da derrocada de Jackson. Envolvido em polêmicas relacionadas a acusações de abuso sexual de crianças e adolescentes, Michael se submeteu a inúmeras cirurgias plásticas, diversas no nariz, e, aos poucos, tornou-se uma pessoa irreconhecível. As intervenções mais controversas foram para clarear a pele. Ele alegava que apenas reduzia os efeitos do vitiligo. Ficou evidente ainda a sua obsessão por Elizabeth Taylor. O fascínio do Rei por Diana Ross durou muitos anos e teria motivado suas primeiras plásticas.

Em 1988, ele já havia revelado que apanhava do pai, Joseph Jackson. A irmã La Toya foi além e o acusou de abusar sexualmente dos filhos. Em 1993, foi a vez de Michael ser acusado de pedofilia. Um psiquiatra afirmou que o cantor abusou de um de seus clientes, um menino de 13 anos. O popstar disse ser vítima de extorsão. Sempre usando luvas e máscaras em aparições públicas, impôs o costume aos filhos. Os dois mais velhos, Paris e Michael, foram fruto de um casamento de três anos com a ex-enfermeira Debbie Rowe. Prince 2º nasceu de uma inseminação artificial com uma mulher não identificada. O Rei do Pop chegou a ser genro do Rei do Rock, Elvis Presley. Ficou casado durante 19 meses com Lisa Marie Presley, filha de Elvis.

Gênio perdido
Quando o escândalo de 1993 começava a deixar os noticiários, surgiu uma nova polêmica, motivada por um documentário: os pais de um adolescente entraram com uma ação contra Michael afirmando que, em 2000, ele molestou seu filho, à época com 12 anos. Dessa vez, o astro não conseguiu evitar o julgamento, que só começou em janeiro de 2005. A ação gerou novas denúncias de pedofilia, que envolveram até o ator Macaulay Culkin, que precisou ir ao tribunal negar. Em meio a isso, foi criticado quando resolveu pendurar o terceiro filho, de nove meses, para fora da sacada de um hotel.

Embora tenha vencido o processo, saiu dele doente e com uma dívida. Para não perder o rancho de Neverland, precisou vender os direitos de cerca de 200 canções dos Beatles, que detinha desde 1985. Logo comprou um luxuoso imóvel e se mudou para Bahrein. Só voltou aos EUA em dezembro de 2008, quando alugou uma mansão em Los Angeles por US$ 100 mil mensais. Em novembro do ano passado, converteu-se ao islamismo e ganhou nova alcunha: Mikaeel, nome de um dos anjos de Alá.

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