Protestos contra os EUA também atingem a Europa

A onda de violentos protestos contra os EUA, que se alastrou por mais de vinte países nesta semana, alcançou o continente europeu ontem, com um protesto junto à embaixada americana em Paris, localizada no centro da cidade.

O departamento da polícia francesa informou que mais de 80 manifestantes foram detidos para averiguações, e que alguns policiais ficaram feridos, ainda que levemente, durante a operação.

A polícia insistiu que a manifestação não foi autorizada. A embaixada dos EUA na capital francesa está protegida de forma permanente pela polícia local, tendo sido reforçada há alguns anos após a descoberta de planos de grupos fundamentalistas islâmicos para detonar um carro-bomba no local.

Onda de protestos

A onda de protestos que varre os países de maioria muçulmana teve como estopim a divulgação de um vídeo, supostamente produzido nos EUA, contendo insultos ao profeta Maomé, o que foi considerado blasfemo por muitos islamitas.

Foram registradas manifestações em mais de 20 países em quatro continentes, incluindo Europa, Oceania, África e Ásia.

As embaixadas e demais postos diplomáticos dos EUA foram os principais alvos dos manifestantes, mas houve represálias também em países aliados.

As embaixadas da Alemanha e do Reino Unido sofreram ataques, assim como "símbolos" norte-americanos, como a cadeia de restaurantes KFC, que teve uma unidade vandalizada em Trípoli, no Líbano.

Mortos

Anteontem morreram pelo menos nove pessoas no Sudão, na Tunísia, no Egito e no Líbano em protestos e ataques ligados ao filme. As manifestações começaram no dia 11 de setembro, que marcou os 11 anos do atentado ao World Trade Center.

Em Túnis, capital da Tunísia, o total de mortos no ataque à embaixada americana anteontem foi revisto de dois para quatro, com 46 feridos.

Também houve "respingos" em países mais distantes do epicentro da violência, como a Austrália, na Oceania, de maioria protestante.

A França, país católico, mas que tem uma comunidade muçulmana significativa, é o primeiro país europeu a registrar protestos.