Atos contra os EUA chegam a 19 países e matam sete

Protestos e violência se espalharam ontem pelo mundo islâmico, deixando ao menos sete mortos no quarto dia de fúria contra um filme produzido nos EUA que denigre o profeta Maomé.

Os ataques contra os EUA não se limitaram a embaixadas e consulados, como nos dias anteriores.

Se estenderam a outros alvos americanos, como uma escola na Tunísia e duas lanchonetes no Líbano.

Na capital do Sudão, Cartum, milhares de manifestantes atacaram a embaixada americana, e três foram mortos pela polícia.

Na cidade, também aliados americanos foram alvos. A embaixada da Alemanha no Sudão foi invadida e parcialmente incendiada. A do Reino Unido também sofreu ataque.

O estopim da fúria, iniciada na terça-feira, é o filme amador "A Inocência dos Muçulmanos", que retrata o profeta Maomé como mulherengo e sanguinário.

Ontem presidente dos EUA, Barack Obama, ordenou o envio de unidades de elite antiterrorista para o Iêmen e o Sudão. O mesmo já havia sido feito com relação à Líbia, onde o embaixador do país foi morto na terça.

A escalada de protestos não foi uniforme, variando de manifestações pacíficas, como na Turquia, às explosões de violência no Líbano, Tunísia e Sudão, quase todas após as orações de sexta-feira nas mesquitas.

Segundo autoridades americanas, o autor do provocativo filme "A inocência dos Muçulmanos" é um cristão copta de origem egípcia que vive na Califórnia.

Os coptas, comunidade cristã que antecede o islã no Egito, representam 10% da população do país e mantém uma tensa convivência com a maioria muçulmana.

Além do Sudão, a Tunísia, berço da Primavera Árabe, foi palco dos mais violentos protestos da sexta-feira. Manifestantes invadiram a embaixada dos EUA e hastearam a bandeira do islã (veja mais no quadro ao lado).