Paraguai quer renegociar valor de energia para o Brasil

O Paraguai quer renegociar o valor da energia excedente da hidrelétrica binacional de Itaipu vendida ao Brasil.

Para o presidente Federico Franco, há menos de dois meses no posto, o aumento acordado com o Brasil em 2011 --e que triplicou o valor pago-- não foi suficiente.

Segundo o chanceler José Félix Estigarribia, é por isso que Franco declarou não estar "mais disposto a ceder energia" ao Brasil.

"Aqui, há um preço que não é o mesmo do resto do mundo. Vai ser mais negócio para nós usar essa energia no nosso território do que continuar vendendo", disse, ontem, à reportagem por telefone.

Ele, contudo, nega que haja uma disposição em quebrar o contrato bilateral deixando de vender seu excedente ao Brasil.

Na véspera, Franco disse que enviaria ao Congresso um projeto de lei para que o governo seguinte não venda mais energia para o governo brasileiro.

A intenção de Franco, segundo o chanceler, seria industrializar o país e usar essa energia internamente.

O Paraguai consome apenas 5% do que lhe corresponde na geração de Itaipu. O Brasil é cliente preferencial do excedente e a usina é responsável por 16,99% da energia consumida no país.

O Brasil, desde 2011, paga R$ 729 milhões ao ano pela energia.

A ameaça de Franco ocorreu após seu governo ser suspenso do Mercosul por Brasil, Argentina e Uruguai no mês passado, depois do impeachment de Fernando Lugo.

O chanceler nega que o tema Itaipu seja represália.