EUA criticam tolerância da Rússia com ditadura na Síria

Na mais dura crítica dos EUA ao papel da Rússia na crise da Síria, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, disse ontem que a relutância de Moscou em apoiar ações contra o regime de Bashar Assad poderá levar a uma guerra civil no país.

A advertência ocorreu após Rússia e China reafirmarem sua oposição a uma intervenção militar na Síria.

A hipótese voltou a ser discutida em meio ao choque causado pelo massacre de 108 pessoas em Houla no último fim de semana.

"[Os russos] me dizem que não querem uma guerra civil. Eu tenho dito a eles que sua política ajudará a contribuir para uma guerra civil", disse Hillary na Dinamarca.

A coalizão internacional obtida na revolta da Líbia no ano passado, quando a ONU aprovou uma intervenção militar de apoio aos rebeldes, está sendo barrada por China e Rússia, acusou Hillary. "Principalmente pela Rússia", afirmou.

Em 21 de abril, a ONU aprovou o envio de 300 observadores desarmados por um período inicial de 90 dias para monitorar o cessar-fogo estabelecido no plano intermediado pelo enviado especial para a Síria, Kofi Annan.

Mas os monitores não inibiram a violência. A ONU reportou várias violações do cessar-fogo pelo regime de Assad, que há 15 meses enfrenta protestos.

A embaixadora dos EUA na ONU, Susan Rice, afirmou que se o plano da ONU fracassar será preciso examinar ações "fora da autoridade do Conselho de Segurança".