Hollande quer debater crescimento com europeus

Paris - O presidente socialista eleito na França, François Hollande, aceita que o acordo fiscal assinado em março pelos líderes europeus, que prevê cortes de gastos para combater a dívida pública, fique como está, desde que, além dele, seja aprovado um outro pacto pró-crescimento no continente.

Hollande foi eleito presidente da França no domingo por 51,62% dos votos contra 48,38% do atual dirigente Nicolas Sarkozy. Ontem, sua equipe de campanha afirmou que o socialista entrará em contato com dirigentes europeus para discutir o pacto econômico.

Entretanto, a chanceler (chefe de governo) da Alemanha, Angela Merkel, deixou claro que não há hipótese de modificar o acordo, como quer Hollande, para incluir o que ele chama de "dimensão do crescimento".

Angela Merkel explicou ontem que "a discussão não é se devemos perseguir o equilíbrio [fiscal] ou o crescimento. É completamente claro que precisamos de ambos". Segundo a alemã, o debate "é se, de novo, necessitamos de programas econômicos financiados com deficit ou se precisamos de elementos de crescimento que sejam sustentáveis e orientados para o fortalecimento econômico de certos países".

Jean-Marc Ayrault, conselheiro de Hollande e candidato a primeiro-ministro no novo governo, reconheceu a divergência entre os dois dirigentes e disse: "Cada lado deve ceder algo".

Essa negociação ao vivo se dará logo após a posse de Hollande, ontem confirmada para o dia 15 deste mês. Angela Merkel prometeu receber François Hollande "de braços abertos". "Trabalharemos bem juntos e de maneira intensiva", disse a chefe do governo alemão.

Estados Unidos

O presidente americano, Barack Obama, convidou Hollande para uma reunião bilateral antes de encontro do G8 (que reúne as sete nações mais industrializadas do mundo mais a Rússia), previsto para os dias 18 e 19 de maio nos Estados Unidos.

A Casa Branca disse que a aliança entre a França e os EUA está tão forte quanto antes da eleição do novo presidente.