Socialista e Sarkozy vão para o segundo turno na França

Paris - Uma diferença apertada entre o primeiro colocado, o socialista François Hollande, e o presidente-candidato Nicolas Sarkozy e uma votação surpreendentemente elevada de Marine Le Pen, da extrema-direita xenófoba, embaralham o cenário para o segundo e decisivo turno da eleição francesa, marcado para o dia 6 de maio.

Com 99% dos votos apurados, Hollande aparecia pouco menos de um ponto à frente de Sarkozy (28,56% contra 27,07%).

Le Pen, da Frente Nacional, se aproximou dos 20% (18,12% exatamente), ao passo que Jean-Luc Mélenchon (Frente de Esquerda, dominada pelo Partido Comunista), ficava com apenas 11,1%, bem abaixo dos 14% ou 15% que lhe davam as pesquisas eleitorais.

Mélenchon e Eva Joly, a candidata dos "verdes" (2,3% dos votos), já anunciaram apoio a Hollande.

Mas os dois, somados, não atingem a cota obtida por Le Pen, o que tende a tornar decisivo o voto de seus partidários.

Ela não deu ontem a menor indicação de sua inclinação. Ao contrário: atacou os dois finalistas do pleito, ao dizer que o resultado "explode o monopólio dos dois partidos da banca e da finança".

Surpresa

Pesquisas prévias à votação informavam que 53% dos votantes da extrema direita iriam para Sarkozy e apenas 14% para Hollande.

A apuração do primeiro turno provou que o cenário seria bem mais disputado. O centrista François Bayrou (cerca de (9,11%) tampouco declarou apoio a um dos finalistas.

Em todo o caso, pesquisa do instituto Ipsos, divulgada pelo canal France24, dava a Hollande uma vitória tranquila no segundo turno (54% a 46%).

Mas a falha dos institutos (todos) em detectar o avanço da extrema direita embaça bastante o cenário.

Sarkozy não pode sorrir porque ficou em segundo lugar, o que nunca havia acontecido com um presidente candidato à reeleição.

Hollande até tem direito a um sorriso tímido, devido ao fato de ter chegado em primeiro lugar no primeiro turno das eleições presidenciais. Mas admitiu que a diferença em relação a Sarkozy não foi tão grande quanto o socialista esperava.