Ricos pagam até R$ 13 mil pelas melhores babás nos EUA

Nova York - "Sua babá dos sonhos está aqui", promete o anúncio, explicando que, além de uma longa lista de dons com crianças, a moça conserta tudo, foi à escola de culinária, trabalha em Mac e PC e é ótima em patinação.

É a Agência Pavillion, um universo paralelo em Nova York onde a crise econômica não existe.

Babás recebem, em média, US$ 85 mil por ano (R$ 155 mil), governantas sabem jogar golfe e uma segunda língua aparece na maioria dos currículos. Especializada em funcionários domésticos há 50 anos e conhecida na bolha de ouro onde vive sua clientela, a Pavillion foi apresentada ao mundo pelo "New York Times".

A estrela da reportagem era Zenaide Muneton, babá brasileira que recebe por mês US$ 15 mil (R$ 27,3 mil), mais US$ 3.000 (R$ 5,4 mil) para o aluguel.

Na visita da reportagem, Zenaide estava na Califórnia --ela tem um prédio na cidade. Mas a reportagem encontrou Luana Gatti, 40 anos, salário anual de US$ 85 mil (R$ 155 mil), segundo seus agentes, "porque ela quer manter sua própria vida e trabalhar 40 horas por semana" (Luana diz que são na verdade 12 horas por dia, mas que recebe os extras).

Paulista criada em Porto Alegre, Luana está nos EUA desde 1989. "Completei 18 anos em novembro e viajei em 1º de dezembro", conta. "Me encantei e fiquei.

Como é comum nesses casos, Luana não tinha visto para trabalho e começou no mercado informal, limpando casas e cuidando de crianças --até optar só pelo segundo trabalho, mais coerente com sua formação no magistério.

Ela é bem mais que uma babá --na prática, é a gestora da casa para o casal que a emprega, ambos executivos do setor financeiro com uma agenda lotada de viagens: não só decide o lugar onde as crianças farão seus cursos extraescolares e organiza tudo relativo aos pequenos como compra o que falta em casa, inclusive móveis.