Irã aceita retomar diálogo sobre seu programa nuclear

Teerã - As seis potências que conduzem negociações nucleares com o governo do Irã aceitaram ontem uma proposta de Teerã para retomar conversas paralisadas há mais de um ano.

A medida parece destinada a diminuir a pressão israelense por um ataque ao Irã e acalmar o mercado do petróleo num cenário de crise econômica mundial.

Várias outras tentativas de negociação foram feitas no passado, sem sucesso.

Mesmo assim, o anúncio foi suficiente para derrubar o preço do petróleo do tipo Brent em 2%, para pouco menos de R$ 214,7 --o menor valor em uma semana.

A disposição para a volta ao diálogo foi anunciada pela chefe da diplomacia da UE (União Europeia), Catherine Ashton, responsável por mediar contatos entre o grupo conhecido como P5+1 (China, Rússia, EUA, França, Reino Unido, Alemanha) e o Irã.

Catherine disse ter respondido por escrito à oferta feita pelo Irã em fevereiro, semanas após ser submetido às mais duras sanções econômicas já adotadas pelos EUA e pela União Europeia.

"Esperamos que o Irã entre agora num processo sustentável de diálogo construtivo que vai trazer avanço real", disse Catherine Ashton.

O encontro para selar a retomada das conversas deve ocorrer em abril num país a ser definido.

Vistoria

Num aparente sinal de boa vontade, o governo iraniano disse ontem que os inspetores da AIEA, a agência nuclear da ONU, poderão vistoriar uma base militar que eles haviam sido impedidos de visitar duas semanas atrás.

A AIEA divulgou em novembro um relatório acusando o Irã de ter construído na base de Parchin uma câmara de compressão para testar explosões atômicas.

Teerã nega ter havido atividade nuclear em Parchin. O governo do presidente Mahmoud Ahmadinejad afirma não ter nada a esconder sobre o seu programa nuclear pretensamente pacífico e com fins civis.

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