Chávez viaja hoje para Cuba e vai operar um novo tumor

A Assembleia Nacional da Venezuela aprovou ontem por unanimidade uma licença de mais de cinco dias para que o presidente Hugo Chávez inicie tratamento médico em Cuba sem desligar-se da Presidência. Ele vai hoje para Havana onde passará por uma cirurgia.

Na última terça, Chávez anunciou que uma "lesão" havia surgido na mesma região onde um tumor cancerígeno foi retirado em junho do ano passado, na região da pélvis. Anteontem, ele admitiu que a nova lesão pode ser um câncer.

O líder socialista de 57 anos passou por duas operações em Havana em 2011. Sua condição exata de saúde permanece um segredo.

"Não temos certeza, ninguém pode dizer que essa nova lesão seja maligna, no entanto, há probabilidades altas, porque está no mesmo lugar onde estava o outro. Por isso é preciso extraí-la", disse o dirigente venezuelano ao canal estatal VTV.

Cirurgia necessária

Chávez disse que a cirurgia é "necessária e impostergável". O procedimento deve ser realizado na próxima segunda ou terça.

"Amanhã [hoje] parto para outra batalha, na qual, guerrilheiros do tempo que somos, venceremos", afirmou.

"Voltarei como sempre volto, com mais energia, com mais entusiasmo, com mais alegria e decisão de tomar meu posto na vanguarda", disse o dirigente.

A licença dada pela Assembleia é uma formalidade exigida pela Constituição da Venezuela.

As regras estipulam que o vice tome o lugar do presidente por ausências de até 90 dias --algo rejeitado pelo vice Elías Jaua, para quem Chávez "está com plenas faculdades para estar a cargo do governo".

Ao anunciar a viagem, Chávez disse que ficará em Cuba "durante vários dias", mas que estará "todos os dias em contato" com o gabinete e que viajará com um "grupo de comando" de aliados.

Eleições

Chávez está no poder desde 1999 e tentará ser reeleito para um terceiro mandato nas eleições presidenciais de 7 de outubro nas quais competirá com o candidato da oposição, Henrique Capriles Radonski.

O Conselho Nacional Eleitoral rejeitou adiar as eleições por causa do tratamento de Chávez.