Grécia aprova um pacote que reduz o salário mínimo

Os líderes partidários da Grécia anunciaram ontem um acordo com entidades europeias sobre as medidas de austeridade no país.

O Banco Central Europeu, a Comissão Europeia e o Fundo Monetário Internacional, grupo conhecido como troika, conseguiram impor à Grécia medidas bastante impopulares, como um corte de 22% no salário mínimo, que de R$ 1.720 passará para R$ 1.342, além da demissão, até 2015, de 150 mil funcionários públicos.

Os salários mínimos ficarão congelados por três anos, e os demais permanecerão estáveis até que o desemprego alcance o índice de 10%.

Para preservar a Previdência, o ponto que travou as discussões, o governo fará cortes adicionais de R$ 690 milhões em defesa e em outras áreas. No total, os cortes chegarão a R$ 7,5 bilhões.

O acordo era necessário para que a Grécia receba ajuda de R$ 298 bilhões.

Desemprego

Ontem, a agência grega de estatísticas divulgou que o país alcançou nível recorde de desemprego e chegou a 20,9% da população economicamente ativa em novembro de 2011 --mais de 1 milhão de pessoas.

O resultado pode ser atribuído à aplicação de políticas de austeridade nos últimos dois anos: em novembro de 2010, 13,4% da população estava sem emprego.

Para agravar o cenário, as autoridades europeias receberam com desconfiança as medidas. Para os ministros das Finanças da zona do euro nada disso foi suficiente.

"As negociações não cumprem as condições que descrevemos claramente no Conselho Europeu", disse o ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble.

Os sindicatos locais convocaram uma nova greve geral para hoje e amanhã. O Parlamento deve votar o plano neste fim de semana.